31 de mar. de 2010

sempre há espaço para o sentir,
sem julgar, sem condenar
o sentir que não se explica,
que não se compreende,
que é irracional e burro
aquele sentir que apenas se vive,
saboreira e não enoja
peço desculpas,
sim
e me volto a um mundinho de máscaras e fantasias
pois aqui não tenho os abraços despretenciosos
nem o amor verdadeiro
desapego e desprendimento:
essas seriam as palavras certas


[certas que nunca deveriam ser usadas]

29 de mar. de 2010

as malas já foram feitas
os sapatos encaixotados
as coisas se empilhando
nervosas por um novo quarto
os livros muito bem organizados
o relógio está adiantado uma hora
está a postos esperando ser despertado

a impressão é de estar quebrado
paralizado


tic tac
passa o tempo

tac tic
volta o tempo

ele não me segura mais
estou me mudando

aprenda!!!
a guardar bem as primeiras impres- sões, a considerar somente as últimas
não confunda, não crie pré-conveitos, nem dê atenção a pós-conceitos
por experiência própria, advirto...
a não ser que sejam eles muitos, a não ser que alguns sejam antagônicos
abomine o egoísmo (embora ele ferva por aí) - afinal, é da natureza humana


aprenda!!!
a duvidar não só dos inimigos, mas também deixe que eles te ensinem
que sexto sentido existe e que opinião de mãe é válida
a ser sutil, a manter a máscara alinhada.


1,2,3 e HÁ!!!
esqueça tudo que foi dito
seja uma boa pessoa e lembre-se do discurso do padre
ame o próximo como a ti mesmo


e eu AMO







você...

aproveitar a chuva é relativo
ela fica lá no cantinho dela
eu fico aqui no meu



ambas sem trocar uma palavra


24 de mar. de 2010




mas é um desaforismo
ter que aguentar cara feia
de quem comeu e não gostou
e que reclamou do cozinheiro
sendo que esse não levantou
nem pra servir o seu prato

20 de mar. de 2010

De todas as coisas bizarras que já me acontece- ram na Irlanda, acho que a mais engraçada foi quando eu e a Dani resolvemos carregar uma cômoda Dublin a fora. Sim, vocês leram certo: uma cômoda!!!

Íamos comprar uma cômoda na loja, bonitinho, com direito a entregador e tudo. Mas aí pensamos nas amigas que estavam indo embora e... ZAZ!!! Por que não comprar a cômoda delas? Além de barato, uma mão lava a outra. Beleza, cômoda comprada.

Aí veio a dúvida, como levar isso de Dublin 8 até Dublin 1? Vamos levar no braço ora bolas, gaúchas são além de tudo, fortes!

Fomos até a casa dos guris, pegamos a cômoda e para a nossa felicidade descobrimos que ela tinha rodinhas. Arrastamos como um carrinho de supermercado bem faceiras até a estação do trem e lá ficamos. Todo mundo olhando apavorado se perguntando o que essas doidas estavam fazendo, e todos rindo obviamente. Nós também, a cena era no mínimo ridícula.

Foi quando veio o trem, lotado. Sem problemas, estávamos no dia de folga, não tinha pressa em esperar o próximo, talvez viesse mais vazio... Que nada! Todos lotados, cinco da tarde, horário do hush!

Ficamos uns bons 20 minutos ali paradas escoradas na nossa linda cômoda quando vem aquela voz do alto (pensamos ser uma alma divina falando) e a voz dizia: "as duas meninas que estão paradas com um móvel, caso queiram entrar no trem, alertamos que o móvel é muito grande e não pode ser transportado no mesmo."

“Hahahahahahahahhaa” foi o que ouvimos de todos que assistiam essa tragicomédias.

O que fazer nesse momento: abstrai e assopra! Pega o celular e finge que está ligando para alguém, faz a loca desentendida e era isso.

Quando os próximos trens passaram seguimos adiante com a cômoda no braço, porque a essa altura do campeonato uma das rodinhas já tinha se auto-estragado.

Uma quadra depois, já estresadas e de saco cheio, pensando em deixar essa porcaria no meio do caminho!! Paramos para descansar do lado de um taxista. Conversamos com ele e tudo bem, colocamos a cômoda pra dentro. Detalhe, só uma de nós cabia no taxi, visto que a belezura era grande demais para um carro, quem dirá para ser arrastado por aí.

Fui indo a pé até a estação do trem de novo e deixei a Dani com a bendita, afinal, ela ia pagar a corrida mesmo.

Quando estava linda e faceira no trem me liga a Dani dizendo “ estou sem a chave”. Pronto, era só o que faltava, pois o dinheiro estava dentro de casa, muito bem trancado diga-se de passagem...

Resumo da ópera, o taxista teve que esperar eu chegar em casa para abrir a porta e pegar o dinheiro.

Indiada master, e agora a coitadinha vai ficar desamparada, não tem espaço para ela no meu novo rumo. Mas o porco e a vaca vão junto!!!


Vendo uma cômoda, 40 euros \o/

15 de mar. de 2010

E porque não???

Hoje estava pensado que não há motivos para segurar meus instintos, muito menos minhas emoções!
Choro quando tenho que chorar, sorrio, dou risada, gargalhada sempre que quero dar (até mesmo quando não pode);
Trabalho porque preciso, bebo porque gosto, amo porque é parte de mim;
Conquisto amigos, faço parceiros, promovo casamentos;
Amo a Irlanda, sou louca pelo Brasil, sinto falta dos meus amigos...
Desejo um canudinho de festa infantil!!!
Decidi nesse momento que não vou mais ficar quieta para as pequenas coisas que me incomodam. Se são pequenas coisas para mim, será pouca incomodação para os alheios.
Gosto das coisas claras, mesmo que para isso tenhamos que sujar algumas almas.
Gosto das coisas verdes, nem que pra isso tenhamos que beber um pouco mais.
Gosto dos novos amigos, amo os velhos amigos;
Sonho em juntar o novo e velho, e formar os atuais!
E porque não viver?
Vivo assim... Dubliner.



8 de mar. de 2010

Lembras quando deixei tudo de lado arriscando o certo e achando que tudo seriam flores?
Decidi seguir meu rumo, para onde o vento me levasse...
Esperei que esse vento trouxesse as pessoas que eu amo, mas não funcionou;
Esperei que me trouxesse boas notícias, mas algumas vezes me trouxe apenas folhas;
Pois bem, esse tempo de espera foi levado junto com o pó para bem longe,
Agora deixo as pétalas que gosto do meu lado para que não voem, para que não se percam na tempestade.

Eu andava preocupada comigo, preocupada em errar pra aprender, medo de sofrer e chorar
Aqui consegui enxergar que posso dar quantos tropeços forem necessários, agarrar os problemas e jogá-los longe com as minhas duas mãos.
Minha raiva me dá forças e meu amor me dá coragem.


Cessaram-se as lágrimas!


O que tinha pra perder, foi perdido pra sempre. Logo, não perco mais nada.
O dia colorido de hoje é só consequência do meu espírito. Consequência também da mente, que me fez perceber as coisas boas.
Eu sou a mesma menina, vestindo a minha melhor serenidade;
Eu sou a mesma mulher, vestindo a armadura dourada;
Eu sou a mesma... Porém aproveitando o vento no cabelo e sentindo o perfume das rosas.

4 de mar. de 2010



Despedidas são dias cinzentos prevendo chuva
A chuva que escorre de nossos olhos por um longo tempo
O abraço forte para proteger do vento (que nunca chega)
É como se o instinto protetor fosse maior que tudo
E que a vontade de nos ver sorrindo torna-se constante
Meigos olhos fechados e pálida face
No profundo âmago, a solidão
"um frio que suplica um aconchego"