25 de jan. de 2011


em meio conversas (como sempre) me dei conta de que tenho feito algo aqui com prazer, algo que não fazia em porto, nem com prazer nem com desprazer, simplesmente não fazia: ir ao mercado.
é engraçado como a gente muda sem perceber, não é?
estava no mercado domingo - me divertindo diga-se de passagem - escolhendo minhas frutinhas e verdurinhas amadas quando me dei conta do que eu estava fazendo. sim, eu disse me d-i-v-e-r-t-i-n-d-o!
ir ao mercado tem sigo algo extremamente prazeroso (e que dona rosa não leia isso) pois todo dia de mercado era aquela briga para eu não ir. uma choradeira sem fim... que pensávamos não ter fim...
hoje, apesar de não ter carro, ter que carregar uma mochila pesada nas costas e mais umas duas sacolas, caminhar por uns 15 minutos, acho bem interessante ir ao mercado. escolher o que me agrada mais, pesquisar preços, analisar datas de validade, pensar no custo/benefício de cada promoção... encontrar amigos... sim, eu encontro amigos 90% das vezes que vou no mercado!
só tem uma coisa que não gosto: eu sempre esqueço a sacola retornável em casa. ou porque não planejava ir às compras, ou porque entrei para comprar leite e saí com os braços cheios, ou por muitos motivos que prefiro parar por aqui e encurtar o assunto.
e como por aqui eles não distribuem sacolas plásticas como no brasil, ou você paga 22 centavos pelas pequeninas ou 35 centavos por uma grande que dá para usar várias vezes. o problema é que comprar duas dessas sacolas toda semana me dá nos nervos. não só pelos 70 centavos mas porque não tenho espaço mais para colocar tanta sacola em casa. e como se não bastasse, minhas flatmates tem o mesmo problema que eu - o esquecimento.
mas, outra grande diferença que me deixa bem contente é que aqui você não vê carrinhos espalhados por todos os cantos, atrapalhando o fluxo dos corredores ou a sua saída pela porta principal. você precisa colocar uma moeda (varia de 50 centavos a 2 euros) em um buraquinho no carrinho para poder usá-lo. quando termina-se de fazer as compras, coloca-se o carrinho no lugar e pega a moeda de volta. simples né?
nem sempre, às vezes não temos moedas...

23 de jan. de 2011

- sabe o que é... acho estranho ver você falando sobre livros
- por quê?
- porque sempre te vejo bebendo, nunca lendo
- ah, isso é porque a gente só convive à noite
- e o que tem a ver?
- o escuro não é favorável aos olhos dos leitores...

22 de jan. de 2011


não precisa me conhecer muito para saber que eu sou completamente apaixonada por café, e isso não é de hoje.
acho que começou com minha mãe e o cafezinho pós almoço, ou com as amigas que marcavam a fofoquinha semanal em alguma cafeteria de porto alegre.
e com certeza esse pequeno apreço só aumentou aqui em dublin. tanto pela facilidade de comprar o pretinho básico de cada dia como pela variedade (em sabor e preços).
uma das minhas primeiras compras - e de grande utilidade - foi uma cafeteira. aí você que não é fã da cafeína pode pensar que é bobagem, mas não é não! aqui tem muito café solúvel e vende que nem água. para mim, isso é uma ofensa ao ser humano e me recusei a me rebaixar a tal nível.
pronto, cafeteira comprada, faço meu café todas as manhãs (pelo menos as manhãs que não acordo atrasada).
aí, como quase sempre estou atrasada, e no caminho entre minha casa e a escola deve ter no mínimo uns dez coffee shops, decidi experimentar todos. sim, t-o-d-o-s, e porquê não?
entro, peço um café e analiso atendimento, preço, qualidade, aroma... enfim...
até que essa mania prazerosíssima foi aumentando para os cafés no caminho para o trabalho, para a casa do amigo a, b e c, no caminho do pub, no caminho de qualquer coisa!
quem sabe até o dia de ir embora eu tenha experimentado todos, não é?
afinal, embora alguns descordem, gosto mais de segurar uma xícara de café do que uma pint de guinness.

21 de jan. de 2011

eu tenho uma filha... é essa polaca chata aí


faço o papel de dona rosa praticamente todos os dias dizendo:

"ilona, tá na hora"
"ilona, levanta"
"ilona, já são 9h30"
"QUAL É, NÃO VAI TRABALHAR HOJE???"

só agora entendo a ira da mãe... óbvio, coisa chata ficar chamando o tempo todo e a pessoa ali vegetando sem te dar a menor bola.
é o ciclo da vida, não é verdade?

13 de jan. de 2011

medo!
medo de magoar, de incomodar, de perder, de não alcançar.
essa é uma palavra que nunca fez parte do meu vocabulário, 
muito menos do meu dia a dia.
estranho como as coisas mudam e essa é a palavra mais usada 
por mim nas últimas semanas.

medo!
do novo, do diferente, do inalcançável.
estranho como essa palavra apareceu no meu vocabulário, 
dicionário incompleto, intraduzível

medo!
do hoje, do amanhã e do próximo inverno
será que neva, será que não?
curioso, no mínimo, os motivos pelos quais passei a usar essa palavra, 
medo! no meu dia a dia...

medo!
das pessoas, das mudanças, de falhar
engraçado né como as palavras vão se acumulando no fundo do nosso dia a dia
e por se tornar tão corriqueira parece nem existir

medo?
do que estávamos falando mesmo?

12 de jan. de 2011

chovia. sempre chove, quase todos os dias. mesmo não sendo agosto, mesmo não sendo outono. vi o sol tentando escapar por uma fresta de nuvem. sempre há uma fuga pelas frestas. por elas a gente foge, foge de casa, foge do trabalho, foge da angústia, foge da dor. pelas frestas dos olhos entra aquilo que se vê, e para aquilo que não se quer ver, fecham-se as frestas. abrem-se as frestas. escapa um cheiro doce, um cheiro apaixonado. e foi por essa fresta que escapou uma língua, que encontrou outra língua, naquele dia que chovia muito.

10 de jan. de 2011

.
.
.
o maior prazer dos últimos tempos:
 acordar com o sol raiando, colocar um óculos bem colorido,
 fones no ouvido e um café bem forte para acordar. 
sair cantarolando pelas ruas frias fazendo com que todos pensem que sou doida 
até encontrar algum tão doido quando que se preste a cantar junto.
assim, bem junto.
.
.
.

4 de jan. de 2011

ele: oi?
ela: oi
ele: está frio hoje não?
ela: o que?
ele: eu disse que está frio hoje.
ela: tu estás falando sobre o tempo?
ele: sim. algo de errado?
ela: não... é... só acho que já esteve mais frio.
ele: hum... e aceita um chiclete?

ela apenas sorriu, pensou uma vida em poucos segundos, pegou o chiclete, guardou-o na bolsa
e assim viveram felizes para sempre

3 de jan. de 2011


...e também essa coisa que chamamos saudade e que é preciso alimentar com pequenos rituais para que a memória não se desfaça como uma velha tapeçaria exposta ao vento.

2 de jan. de 2011


o que você tem não passa de uma liberdade condicional
onde se fizeres o que realmente estás afim
serás julgado e condenado à (má)língua do povo


não é porque estou longe...
o problema é que eu te amo, porto alegre.


saudade do bongô, do teatro, do gasômetro
da redenção, de mário quintana
de original, de xis e opinião;
da cidade baixa
e da música alta;
a alegria da noite
e o brilho do amanhecer.

1 de jan. de 2011

todo ano é a mesma coisa... vem a retrospectiva e o especial Roberto Carlos.
esse ano façamos diferente, sem Roberto e sem retrospectiva, 
mas com prospectiva 2011!
1) coisas que preciso para o novo ano:
- maquiagem que não borre mesmo que eu chore o dia inteiro;
- um chocolate altamente eficiente contra nostalgia e que não engorde;
- achar um bolinho de dinheiro numa rua deserta e sem remetente.

2) coisas que eu preciso em mim:
- controlar a braveza e o nervosismo;
- menos dramática, menos chorona e mais simpática;
- que eu nunca mude o que eu sou.


3) coisas que preciso dos demais:
- não percamos tempo falando dos outros seres humanos.


4) coisas que me fariam mais feliz:
- o brasil fronteira com a irlanda;
- um carro que andasse conforme as batidas da música;
- amigos juntos sempre.

5) o que eu conquisto dia a dia:
- lápis para colorir o mundo!







FELIZ 2011 À TODOS!