30 de dez. de 2011

28 de dez. de 2011

vou dizer que, em 2011, fizeram-me infeliz todos aqueles seres desumanos que me lembraram da existência da listinha gastronômica abaixo:

  • pastel de camarão
  • ximia de uva/abóbora
  • chico balançado
  • panetone
  • pudim
  • panqueca
  • sagu
  • quindim
  • salada de chuchu com ovo
  • pizza de banana
  • mariola
  • cachorro do bigode
  • xis
  • aipim/polenta frita
  • original
  • queijo assado
  • churros
  • algodão doce
  • mousse de maracujá/limão
  • suco de mamão com laranja
  • panqueca
  • cacetinho
  • mu-mu
  • traquinas
  • bala de coco
  • ovo de codorna
  • salada de fruta
  • pastelina
  • fios de ovos
  • baconzitos
  • requeijão
  • bolinho de chuva
  • água de coco
claro que algumas coisas a gente consegue fazer, mas nunca é como em casa.
não citarei nomes para preservar a identidade desses malfeitores, mas eu os perdoo.

2012 (gordo) me aguarde!



e foi pela manhã que todas aquelas lembranças vieram a tona.
senti os calafrios de todas as boas sensações já vividas e sem porque nem por onde, lembrei de você.
do seu sorriso e da sua alegria, das boas conversas, vinho e olhares distantes.
ali, grudada no mural, sem saber porque, ela veio comigo. de tão longe.
e lá está, me olhando todos os dias...

a rosa.

13 de dez. de 2011




hoje dublin teve os primeiros flocos de neve do inverno
e agora começa aquela minha angústia diária
de ficar olhando para a janela a cada minuto
esperando pela fofura pálida.



7 de dez. de 2011


não acredito na felicidade de quem grita.
a felicidade é silenciosa e vem de dentro 
aflora de ti, de mim, de nós.
não precisamos de provas
apenas de um sorriso leve
de criança... feliz.

6 de dez. de 2011




aquela coisa de destino ou coincidência ou forças do além ou certo por linhas tortas conseguem prender a atenção de quem acredita em tudo isso, ou de quem não acredita em nada e fica quebrando a cabeça para entender as peculiaridades da vida. 
essas coisas nos pregam peças engraçadas, como aquela pessoa entrou em sua vida sorrateiramente. um dia frio, sem mais delongas. e de novo e de novo.



1 de dez. de 2011


se você já viu...

... uma vó com mais de 60 anos usando cabelo rosa/verde/azul;
... uma pessoa com o cabelo tão comprido que enrola no pescoço como se fosse manta;
... a mulherada bancando os namorados;
... um dente de ouro em meio a todos os outros dentes podres;
... alguém sair da academia e ir para o fast-food;
... alguém guardar o dinheiro no sutiã (ecaaa);
... gurias maquiadas na academia;
... homem com bigode rosa;
... cabelo bagunçado como se fosse moda;
... o simbolo da TV paga no pub é uma pint;
... cílios postiços, sombra e moletom, tudo na mesma pessoa;
... alguém com a pele laranja;
... alguém jogar bola dentro do pub;
... alguém usar bota de lã até no verão;
... guria usar micro vestido sem meia-calça no inverno;
... homem tímido;
... alguém caminhar na chuva como se não estivesse se molhando;
... alguém beber leite com qualquer tipo de comida;
... alguém pedir cerveja em fast-food.


parabéns! se você já viu essas bizarrices, você esteve na irlanda.
agora, se você nunca viu, corre para cá e me belisca, porque às vezes nem eu acredito.

esquisita sou eu, isso tudo que você leu é normal.

24 de nov. de 2011




sumiram as nuvens carregadas
e hoje pode-se ver os problemas desaguados
correndo bueiro abaixo
lavando as pegadas de quem passou

agora tudo faz-se limpo
para o sol brilhar mais uma vez
no dia-a-dia dos mortais



em um papo qualquer de academia esses dias (com um homem e uma mulher) me disseram que algumas pessoas são um pouco lentas para identificar os 'sinais' que nós mulheres damos quando estamos interessadas em alguém. que nossos sinais não são claros o suficiente.

eu duvido! d-u-v-i-d-o com todas as letras que os homens não entendem! homem não é burro não, aliás, alguns são muito espertos. demais até eu diria.

a menina convida o cara para sair a troco de que? para ter um homem ao lado queimando seu filme na balada? #não
a menina perde seu tempo mandando mensagem no celular porque? nada melhor pra fazer? #não
a menina é super querida, carinhosa, prestativa porque quer ser madre tereza de calcutá? #não
pra mim, homem que não 'percebe' a atenção recebida é porque está querendo levar em banho maria, até que nada melhor apareça.

eu sou do tempo que homem interessado procurava, ligava, convidava pra sair e tudo mais. 
então meninas, se ele não ligou, melhor. assim a linha não fica ocupada para o que realmente interessa. e você abre seus olhos para a realidade.
e não venha me dizer que irlandês é lento. eles não é cautelosos, só procuram quando você é realmente quem eles querem.

e depois que você ficou uma semana sem procurar ele perguntar "por que você sumiu?" responda claramente "pelo mesmo motivo que você". HA! e não adianta fazer a carinha fofa de cachorro que caiu da mudança dizendo "ah eu estou trabalhando muito".

nem tudo na vida pode ser levado em banho maria. relacionamentos principalmente. (ou a tentativa do mesmo). acordemos!

22 de nov. de 2011




e do mesmo jeito que veio, se foi. deixou para trás um vazio infinito, nem se importou com quem sobrou.
avassalou tudo e sumiu como se nunca tivesse passado por aqui.
doeu, e ainda dói às vezes. não é fácil aceitar a condição de isolamento.
aquele desejo morreu, do mesmo jeito que nasceu. subitamente.
e levou junto, a metade do coração. só para não deixar esquecer que, um dia, aquilo foi tudo o que sempre quis. bagunçar.



21 de nov. de 2011

- um milkshake de baunilha por favor.

- desculpa, mas não temos de baunilha.

- e que sabor tem?

- oreo, milkbar, malteasers, caramelo e morango.

- ahhhh não tem baunilha mesmo?

- não senhor, desculpa.

...


ele pensa por alguns minutos olhando para um cartaz enorme com o nome e a foto de cada sabor e me responde:

- me vê o de baunilha então.

e eu achava que isso só se via acontecia com o chaves...
para quem não lembra do episódio, clica aqui ó: não tem biscoito

20 de nov. de 2011


mulher é um bicho muito burro mesmo. e eu tenho que admitir, sou mulher e não sou diferente. a gente vai passar a vida errando e não vai se dar conta que a teoria da conspiração existe e pior que isso, funciona.

a gente passa a semana inteirinha com o celular grudado, cuidando para a bateria não acabar, fica olhando para tela de 2 em 2 minutos esperando chegar aquela tão sonhada mensagem do príncipe encantando convidando para jantar a luz de velas. e aí a gente olha, olha, olha e... nada. óbvio!

cansada de esperar, você marca uma baladinha com as amigas e esquece o celular dentro da bolsa, nem dá bola, afinal, o príncipe encantado talvez nem tenha seu número mesmo.

e o que acontece? no outro dia, às 5 da tarde, com aquela ressaca terrível e aquele gosto de guarda-chuva na boca você pega o celular para ver que horas são, e o que tem lá? 20 chamadas, mais 10 mensagens, todas convidando você para sair, para ter aquele date dos sonhos.

aí eu penso "se ele quiser, ele que ligue de novo" e ele nunca mais liga...






eu não gosto de dias escuros, especialmente domingos escuros. nunca gostei, nem lá e nem aqui. não me sinto à vontade com a ideia de que é o último dia da semana. o último de qualquer coisa é muito triste. parece que o que era pra ser foi, mas nesse caso não foi. parece que falta um pedaço, está incompleto. sinto que falta um pedaço de mim que se perdeu por aí... e não tenho onde procurar esse pedaço. não posso me encontrar nas páginas amarelas como um classificado. não tenho como encontrar o que não se sabe que é perdido. não se pode viver o último dia da semana como se fosse o último, semana que vem tem mais um. e de novo e de novo...



16 de nov. de 2011



tem quem goste de loiro, tem quem goste de moreno. alto, baixo, gordo, magro, sarado. cabeludo, meio cabelo, careca. barbudo, bigodudo, carinha de bebê.  inteligente,  nerd,  engraçado, chato.


eu gosto de homem... de relógio.
e gosto não se discute.

15 de nov. de 2011

lembro que quando eu cheguei aqui na irlanda eu tinha que olhar para os dois lados da rua antes de atravessar, pois nunca sabia de que lado vinha o carro.


hoje em dia, olho para o lado certo e já sei o timer do semáforo.
sei para onde os ônibus vão, onde ficam algumas ruas, os bairros legais e os meia-boca.
sei onde tem o café bom, o café ruim, o muffin de raspberry com chocolate branco. 
sei onde vende o chá aromatizado, onde tem o pub bom, a cerveja barata, a banda animada e as jarras de cerveja.
sei de cabeça os eventos do mês, as comemorações irlandesas e já entendi como funciona o rugby.
conheço as celebridades locais e acompanho as revistas de fofoca.
sei quando vai chover, quando vai esfriar e sei que qualquer conhecimento a respeito de temperatura é perda de tempo.
sei de que lado a lua está sem mesmo olhar para ela. consigo identificar quando o trem está chegando sem mesmo ouvir barulho ou vê-lo.
sei quantos degraus tem a escada da estação, quantos segundos leva para comprar um ticket, conheço os fiscais do trem, os funcionários do shopping e os preços dos alimentos.
sei o melhor lugar para sentar no trem, sei os atalhos para chegar mais rápido e sei os atalhos para agradar os olhos. sei identificar quem é irlandês, polonês, indiano, maurício e brasileiro, óbvio.


assim, sigo sentindo-me em casa...
eu tenho que confessar que eu admiro a força de vontade das pessoas bem dispostas que ficam correndo no canal que tem aqui perto de casa, a noite. e pior do que correr a noite, é de manhã cedo. quanta disposição. enquanto isso, eu fico cansada só em olhar.
pena que eu não consigo emagrecer olhando eles fazerem esse esforço todo. mas engordo fácil só em pensar em um belo e gorduroso pastel.

desde que mudei de apartamento, comecei a ficar 'meio' motivada por esse povo todo, e me matriculei na academia. e pasmem, eu estou frequentando a academia.
eu tinha esquecido como isso é bom, se exercitar. o problema é que os resultados demoram, então eu continuo sonhando que acordo magra, uma vida pura e sem gordura.

31 de out. de 2011

cá estou eu, sentada em um lugar inusitado degustando um café forte e quente, olhando a chuva e as pessoas que vão, vem, vão e vem o tempo todo.
essas pessoas andam livremente na chuva como se a água não molhasse. o mundo não para.

é perceptivo as pernas grossas de fora e os braços fortes modelados em uma blusa fina.
as crianças correm achando tudo isso divertido e não vejo nenhuma mãe histérica na volta pensando em gripe.
as grávidas alisam suas barrigas enormes e comem o que sentem vontade, até mesmo o sorvete, que derrete mais rápido por causa da chuva.

o guarda-chuva é mero detalhe, só para dizer que não estão de mãos abanando.
poucos carros, muitos pedestres. o sinal já ficou verde e vermelho umas cem vezes e eu continuo aqui sentada, querendo que esse café nunca termine.

as pessoas que estavam sentadas à minha volta já se foram, e eu continuo aqui a contar os pingos d'água.
parece 6 da noite e são apenas 3 da tarde. esse é o nosso outono, molhado.

23 de out. de 2011

para entrar no clima parisiense: http://migre.me/5YUcS

eu vou ao cinema toda semana. às vezes assisto um filme, às vezes dois, ou três... depende do tempo livre. tudo isso graças ao sensacional cartão cineworld. paga-se 19.99 euros por mês e assiste quantos filmes quiser, ou aguentar.

eis que de todos os filmes que assisti, essa semana teve um que me chamou a atenção, e muito. midnight in paris (meia noite em paris).  não li a sinopse, não sabia do que se tratava. só fui ao cinema porque tinha umas horinhas free entre a aula e o trabalho. aliás, fui até lá para assistir os 3 mosqueteiros, mas já tinha perdido a sessão. sentei ali com meu energético e meu sanduíche com aquele pensamento de "acho que dormirei, estou muito cansada".

ledo engano. os primeiros minutos de filme são apenas imagens da minha amada paris, com aquela música sensacional francesa que me fez tanto lembrar os bons momentos que tive por lá. e que só me faz querer voltar.

resumindo, trata-se de um escritor meio inseguro sobre sua escrita, que vai para paris com sua noiva mega chata. a meia noite ele está sozinho perdido nas ruas de paris, meio bêbado, quando um carro pára e dá uma carona para ele, direto para os anos 20. isso mesmo, década de 20! 

durante várias noites ele viaja no tempo e encontra conhecidos nossos, tais como picasso, salvador dali, hemingway... etc.
unindo arte e literatura com o charme de paris e toda sensualidade dos anos ditos dourados, em uma cena quase no final, eis que surge a frase (parecida com isso) 'passamos a vida toda procurando pela época de ouro, sem perceber que a época de euro pode ser a que vivemos'.

e assim o ator principal faz uma reviravolta em sua vida, encontrando enfim os anos de ouro, o presente.
e não é verdade? estamos sempre pensando no que passou, ou sonhando com o que ainda não chegou e esquecemos de viver intensamente o que realmente importa, o agora.

21 de out. de 2011


os sentimentos não foram feitos para serem escondidos, principalmente os meus, que são todos à flor da pele. 
não gosto de escondê-los, embora às vezes o faça. e do jeito que sou desligada, é bem capaz de perdê-los por aí e passar a vida viajando à procura deles.
aí sabe como é, né? vem aquela tristeza e raiva acumuladas - sem sentido e sem motivo - que ocupam muito espaço, enchem o meu peito e me dão falta de ar. 
felicidade esquecida é um desperdício, afinal o que colore o mundo são os sorrisos. pra que guardá-los? sorrimos.
então eu choro se me dá vontade, rio quando acho graça, brigo se for necessário. e nem ligo se me chamam de sensível. sentimentos ficam um tanto desconfortáveis dentro da gente. eles nasceram para ser livres. 
pois que sintam o gosto da liberdade!


15 de out. de 2011

quem nunca se apaixonou pelo professor/a que atire a primeira pedra.
ok, acredito que o caso não é paixão carnal, mas sim uma imensa admiração pelo trabalho em sala de aula. mas como adolescentes imaturos, achamos ter encontrado o amor pra vida toda.
nada.

a maneira como as coisas são expostas parecem tão fáceis que nos faz pensar que, todos os outros professores que tentaram ensinar a mesma coisa antes eram tolos ou incompetentes. 
era só amor.

ser professor é uma arte, não é para qualquer um. e eu já me apaixonei por vários, e me apaixonarei sempre.
feliz dia do professor. e que por detalhe sou professora também. e que por mera coincidência, é meu aniversário. 

então feliz aniversário. feliz dia.

10 de out. de 2011

hoje eu decidi não fazer nada. nada daquilo que não me agrada. nada de levantar cedo, de caminhar 45 minutos até a escola, nada de pegar vento na cara e ficar escabelada. nada de me estressar. nada de nada.
decidi ficar aqui, no lugar mais gostoso da casa: a cozinha.

aqui onde tem uma janela enorme (que vive respingada de água da torneira) e que nem me dá uma visão tão privilegiada, uma vez que o que tenho em frente é um prédio. eu não gosto daquela parede que vejo. mas do lado direito, no cantinho ali, bem tímida e escondida tem uma árvore. grandona, cheia de folhas, folhas que agora estão amareladas e caindo no chão. e em dias como hoje que decidi fazer nada, vejo ela balançando pra lá e pra cá com esse vento que quase ganha do meu minuano lá do sul. eu disse q-u-a-s-e.

pois bem, olhando para essa árvore me peguei pensando em quantos outonos já vivi aqui e percebi que já completei dois anos de irlanda. as pessoas me perguntam quanto tempo estou aqui e eu continuei dizendo 'quase dois anos'. dois anos poxa, é muito tempo. como pude deixar isso passar despercebido? como fui me envolver nessa rotina de aula e trabalho e mais aula e mais trabalho e afazeres domésticos e pouco tempo livre e esquecer o aniversário de algo tão importante pra mim? ainda bem que decidi fazer nada hoje.

estou eu aqui, tomando meu café... nossa, esses dois anos passaram muito rápido, e foi tudo tão intenso que parece uma eternidade. saí do brasil com duas malas, muito espirito aventureiro e sem medo de ser feliz. hoje, o espírito aventureiro ainda existe, a felicidade alcançada 99% e as malas... bem... espero eu ter grana para pagar excesso de todas as malas que vou ter que carregar para o brasil um dia. e eu ainda digo 'viajei pouco'. nossa, que ridícula que eu sou. viajei menos do que gostaria, fato. mas viajei muito mais do que imaginava uns anos atrás. as coisas que vi e vivi, e continuo vendo e vivendo são tem explicação. não tenho como descrever a sensação de cada dia. não consigo descrever as mãos suando ao embarcar em um avião (todas as vezes, sem exceção). não tenho como descrever aquela sensação horrível de ter que carimbar o passaporte. sempre vem o medo do 'e se der errado'. bobagem de principiante, né? pode até ser, mas sou sempre principiante em um país novo.
não tenho como descrever a sensação de felicidade e tristeza que andam lado a lado todos os dias. a felicidade de estar onde eu quero e a tristeza de não ter as pessoas que amo. a felicidade de andar livre pelas ruas com segurança, e a tristeza de andar sozinha. a felicidade de viver algo diferente (bom ou ruim) e a tristeza de nem sempre ter com quem dividir.

dois anos. nossa, dois anos não é nada comparado com tudo o que tenho ainda pela frente, mas é muito se levar em consideração o que passei. óbvio que irlanda não é um mar de rosas. o que fica são as boas lembranças, mas tem as histórias tristes também. as angústias de achar emprego, o pânico de ver o dinheiro acabando, a raiva de aguentar gritos de um chefe estúpido, a grosseria dos clientes... enfim. dizem que está me servindo de aprendizado para lidar com todo e qualquer tipo de gente no futuro. espero que sim.

e vou ficando por aqui, fazendo nada. o café acabou, o vento continua, o sol resolveu brilhar. essa é minha rotina, uma inconstância diária de acontecimentos inesperados que não me deixa dúvida de que fiz a escolha certa em ter vindo para cá.

8 de out. de 2011

acompanhada de Bruna Caram
porque esse é um daqueles que ninguém entende, mas que me traduz completamente.


1- "na cabeça vem aquele verso sobre o meu novo universo"
e meu novo universo continua sendo o mesmo bom e velho universo de quase dois anos: dublin. aquele universo que se revela a cada dia. e que surpresas à parte, há quem diga que é interior, mas para mim está na medida dos meus sonhos, nem demais, nem de menos. do tamanho do meu peito.
hoje, no terceiro apartamento, vejo uma felicidade nas ruas que não via quando cheguei. a qualidade antes não vista, hoje é refletida no canal que caminho à beira. as pessoas saudáveis correndo pela manhã com seus mp3, curtindo uma das cosias que dublin sabe fazer muito bem, ouvir música, e das boas.
e eu caminho entre eles, desviando de um e de outro, saindo do caminho de quem tem disposição matinal e incrível, sem cara amassada. correr e rir era uma coisa meio impossível, até eu ter confirmado o contrário com esses quatro olhos que tenho.

2- já vesti a roupa colorida
e por esse caminho ou vou sempre, todos os dias para qualquer lugar. e nunca vou sozinha, sempre tem meus amigos penosos nadando do meu lado, de uma ponta à outra. e até poderia ter a pretensão de dizer que entre nós rola uma química, um sentimento forte onde eu gosto de ver e eles gostam de se mostrar. coçam-se, nadam, voam, fazem de tudo para chamar a minha atenção e eu fácil do jeito que sou, me entrego à essa maravilha sentando à beira para contemplá-los.

3- não tirei nosso boton na mochila
e ali sentada, lembro o tempo todo de quem está lá do outro lado do oceano esperando por mim... e eu espero poder voltar, um dia talvez quem sabe. para ter o abraço que não tive por tão longo tempo e que tanto me fez falta. e abraçar, apertar, esmagar e dar todo o carinho guardado aqui dentro desde a última vez até sabe-se lá que dia.

7 de out. de 2011

sabe o que eu acho um absurdo, mas absurdo mesmo, assim, que chega a dá uma raivinha por dentro?
ouvir as pessoas reclamando da temperatura da irlanda.
por que assim, vai me dizer que a criatura reclamona veio para dublin achando que ia dar praia? oi?
depois de quase dois anos, eu ainda recebo muitos emails perguntando como é a vida aqui e tudo mais. sou curta e grossa:

"se não gostas de frio, não venha". simples.

mas para quem gosta, super recomendo.

6 de out. de 2011

porque não existe ninguém mais lento do que o meu gerente mor:

ele: você precisa estocar suco.
eu: já fiz
ele: e os copos?
eu: também.
ele: e os condimentos?
eu: também...
ele: e as caixas?
eu: também.
ele: ah... então vá abrir a porta.
eu: está aberta!!!
ele: mas já são 11 horas?
eu: são 11h10
ele: ah, muito bem. você fez um excelente trabalho.
eu: obrigada.espero que o gerente esteja vendo isso.

(sim, porque todo o resto ele não viu).

5 de out. de 2011


está aberta a temporada mais gostosa do ano. aquela em que as folhas amarelas caem no chão dando um toque especial às avenidas arborizadas.

a época em que o vento é diário, as chuvas finas constantes e que a temperatura está entre 'gostosa' e 'perfeita'.


bem-vindo outono que tanto amo.

1 de out. de 2011




parece que meu grito não tem voz.
ninguém entende quando digo que estou cansada. 
ninguém me ouve.
dói, dói demais.
é uma dor que vem do calcanhar, sobe pelas pernas e chega até o peito.
sufoca, é difícil até de respirar...



27 de set. de 2011

desde que cheguei em dublin ouço as pessoas falando sobre o s.a.d. - seasonal affective disorder. e no bom português: um transtorno afetivo sazonal.
as pessoas ficam tristes, deprimidas e coisas do tipo no inverno, devido à falta de sol constante. aí que eu achava besteira as pessoas se sentirem mal porque não tem sol, que bobagem.
se você levar em consideração tal mudança de temperamento e humor, seria impossível viver em paz consigo mesmo em dublin, já que o sol aqui é um ser ilustre que aparece quando bem entende e às vezes mostra-se por 30 minutinhos brilhando lá em cima e vai embora, como se não estivesse nem aí para os meros mortais que na terra vivem.
e por mais que eu goste do inverno, que frio e chuva não me incomodam, tenho que admitir que esse tal s.a.d. realmente existe e eu me sinto bem mais feliz e disposta em dias de sol como hoje...


23 de set. de 2011

o primeiro dia de aula, seja lá que aula, onde e quando, para mim sempre foi um desafio. às vezes traumático, às  vezes nem tanto.
dessa vez não foi diferente. escola nova, curso velho novo, pessoas, colegas, professora... até as cadeiras, as paredes bem pintadas, os quadros alinhados e o sol que entrava pela janela eram desafiadores.
estranhamente não tremi, não suei frio, não fiquei vermelha e o mais espantoso, cheguei no horário.
não que tivesse chego cedo (cedo antes que qualquer um percebesse um ser diferente na sala), mas foi dentro dos 5 minutos de tolerância. a aula nem havia começado, estavam apenas a ler as piadinhas de humor negro do jornal.
introduções a parte (e chatas) a conversa durou bastante, avalanche de perguntas desnecessárias para matar o tempo que parecia se arrastar dentro daquela sala.
minuto após minuto o sono foi tomando conta de mim, que já não sabia mais o assunto em pauta, mas que respondia tudo no automático. contagem regressiva para o café.

café café café e foi dada a largada.
próximo desafio: onde comprar o pretinho de cada dia? nunca tinha chego nem perto daquela rua dentro de dois anos.
na cara de pau interrompo um assunto que nem parecia tão interessante e pergunto sobre café. nesse momento sim eu tremia, de abstinência, sono e sede.
café na mão, o primeiro gole foi êxtase.

de volta para a tortura aula, contagem regressiva para o final.
e quando a aula fica boa, acaba; e a professora dá um "tchau" e sai correndo. literalmente.

coitada, acho que a tortura maior foi para ela.
primeiro dia: superado.

22 de set. de 2011

hoje dedico meu tempo aos meus amigos sem noção.
aqueles que ligam no meio da madrugada perguntado onde eu estou.
hummm, levando em conta que é madrugada e eu atendi com aquela voz de sono, é porque estou em casa d-o-r-m-i-n-d-o!!
aí a pessoa sem noção, sem se satisfazer em me acordar, fica naquela "vem pra cá, tá muito louca a festa".
bem, a pessoa não percebeu que se estou em casa dormindo, é porque algum motivo há: cansaço, sono, preguiça, tpm, trabalho no próximo dia... enfim, mil coisas me fazem ficar em casa hoje em dia, fácil fácil.
sem noção também aquele que liga tipo, meia noite, convidando para sair.
oi? meia noite não é horário de convidar para sair, principalmente em dublin onde tudo acaba as 2h. porque assim, até que eu levante e me arrume, já é 1h. caminhar até a balada, 1h30 (com sorte). aí a pessoa sem noção não se faz feliz quando eu digo não e me acha uma chata, uma velha.
gente, sou do tempo que os convites vinham cedo, tipo:
a pessoa decide sair, se arruma, sai de casa e quando a festa já tá mais pro fim do que pro começo lembra de me convidar?
não, muito obrigada.
e não adianta ficarem bravinhos, é perda de tempo.
e depois que eu deito na minha cama fofa e quentinha, sair dela só em caso de emergência.

e tenho dito.

20 de set. de 2011


algumas coisas nos chamam a atenção por serem diferentes
outras por serem bonitas, ou por serem feias
coloridas, ou grandes ou pequenas demais
pelo cheiro, pela delicadeza, pela sutileza
pelas palavras, pela melodia, pelo sabor

outras chamam atenção por serem simples,
como pular corda, por exemplo

me encantei com duas meninas pulando corda embaixo do viaduto do trem
pensando em brasil, super comum né?
pensando em irlanda, - onde os brinquedos são altamente modernos (e sem graça) -
e que pouco se vê crianças brincando livremente por ai
achei no minimo curioso
século xxi e as crianças fazendo o que eu fazia
há tantos e tantos anos...

18 de set. de 2011

"Talvez eu seja uma pessoa sensível
incapaz de perceber a sensibilidade alheia.

Talvez eu seja uma pessoa independente
 ansiando um colo presente.

Talvez eu seja uma pessoa que navega 
e deseja um porto seguro.

Talvez eu seja uma pessoa livre
 querendo proteção.

Talvez... 
Nem sei o que sou ou para onde vou. 
Só sei que te quero ao meu lado."



16 de set. de 2011


pra quem me conhece, sabe que paciência e calma não são meu forte. pra quem não me conhece, prazer, cristiane - a chata.

e uma coisa que me faz querer ser menos estressada é essa necessidade imbecil chata que as pessoas tem de querer mostrar a todo custo sua felicidade insossa nas redes sociais da vida. empurram-nos goela a baixo palavras gritantes em caixa alta, (achando que causa algum impacto à quem lê), quando na realidade só me cansa os olhos. eis o ponto, não quero mais me estressar, não quero nem mais ler.

desculpa caro amigo, mas se você é feliz não precisa ficar gritando aos quatro cantos. isso é uma coisa que vem de dentro e contagia todos. não por suas palavras escritas mas pela alegria exposta no olhar, no sorriso... enfim.
pareço patética às vezes. mas me descubro mais a cada dia e embora talvez não saiba muito bem quem sou ou o que quero, sei que esses erros não quero cometer.

as pessoas carentes barganham abertamente a atenção de algum desocupado insistentemente  em consciência compartilhada. e sem contar nos escândalos, nas brigas e dos eternos "não curti" geradores de polêmicas inúteis.

as noitadas, saídas, baladas vem sempre acompanhadas de muitas fotos, todas versões do mesmo tema, das mesmas pessoas, e a imaginação da dor de cabeça após tantos e tantos drinks baratos.

ai, como cansa.

12 de set. de 2011

vida fácil e cama confortável


todo mundo gosta de um dia off, certo?
pois bem, eu também! o problema é que nem sempre teu tenho o tão sonhado dia off. o dia do faz nada. o dia de dormir até tarde, de ficar de pijama, comendo porcarias gostosas e de papo para o ar; colocando a leitura em dia: blogs, jornais, notícias... e dando aquela espiadinha básica na vida alheia de quem tenho tanta saudade láaaaa do brasil.

aí que hoje é o dia em que o tal furação katia apareceria na irlanda. (por enquanto) não foi aquele tormento todo que achei que seria (conforme minha experiência de furações em filmes cof cof), mas o dia está com um vento bem fora do comum, coisa que eu 'adorei', assim sigo na minha cama fofa, confortável, com meu edredon rosa e meus filhos de pelúcia.

mas como nem tudo são flores, meu dia off acaba as 3 da tarde... mesmo assim, isso é uma coisa que me dá um incrível ânimo para trabalhar bem e feliz: para voltar correndo pro meu lar. voltar e fazer o que nunca faço (ou por preguiça, ou por cansaço ou por falta de estímulo). ouvir aquela música velha que remete lembranças adoráveis, colar aquelas fotos amassadas na parede, sentar no chão, tomar um bom vinho, bater um papo com o amigo que se esforça para me entender e que fez um dos melhores chás de dublin. (com exceção do chá preto, erg).

é... a vida pode ser muito boa.

5 de set. de 2011

eu tenho inveja, e muita daquelas pessoas que podem pintar as unhas.

porque assim... desde que comecei a trabalhar aqui em dublin, nao posso pintar as unhas por "regras do estabelecimento", o que cá entre nós, resume-se a p-a-l-h-a-ç-a-d-a!

ai você vem e me diz que isso é bobagem. pois bem, das coisas simples da vida, uma que me deixa feliz é ter as unhas pintadas, bem coloridas. nada do branquinho moça ou da base clássica.
vermelho, rosa, azul verde... cores!

ai eu fico naquele contrabando sem fim de esmalte brasil/irlanda; e pinto e tiro e pinto e tiro o tempo todo, mesmo que dure 1 mísero dia, mas é 1 dia feliz e vaidoso.

3 de set. de 2011

"eu não gosto de cinza. cor mais apagada, mórbida, feia, sem graça..."

essas foram as minhas palavras desde sempre até hoje. de um tempo para cá comecei a analisar as coisas cinza, as roupas, os dias e já não me incomodam mais como há 2 ou 3 anos.
as minhas roupas, que não tínham um mísero ponto cinza, agora são cinzas por inteiro.
e hoje, ao me olhar no espelho e me achar linda (há!) de moleton e tênis, percebi que, não só o moleton, mas como as meias e o tênis eram cinza, e por coincidência ou não, combinaram muito com minha bolsa rosa com detalhes cinza.

boboseira, destino, acaso ou seja lá o que, percebi que a gente sempre muda.
e assim foi com o marrom, com o roxo, com o cinza, com o xadrês e com o all star.
só por favor, não me façam gostar do laranja... "o teu laranja que me faz ficar bem mais".

26 de ago. de 2011




e houve boatos de que é deplorável você trocar a taça de vinho pela garrafa.
isso pra mim nada mais é do que a economia em lavar louça.  


bebamos nas garrafas e sejamos felizes.




24 de ago. de 2011

estou em uma tpm fora de época, fora de propósito, indesejadíssima!

me comovem os casais apaixonados, suspiro a inocência das crianças e me apaixono fácil pelos velhinhos.
me debulho em lágrimas por qualquer coisa digna de filme mamão com açúcar, ou até mesmo pelas coisas mais banais. choro, e choro sem motivo, que nem criança, soluçando desesperadamente, como se sentisse falta de algo que nunca existiu.

me irrito com nada, com tudo. aqui e ali. todos os dias.
desejo ter uma bolha, só minha, bem grande. um mundo paralelo sem gente que fala sem pensar. que grita sem ouvir. que desafina ao cantar.

cansei das pessoas. elas chegam de mansinho, bagunçam tudo, me enjoam e vão embora. simples assim... simples para eles. para eles bagunçarem e para eu me cansar.

sou fria, sou forte, sou fraca, sou mulher, tenho sentimentos a flor da pele!


21 de ago. de 2011

quando eu era mais nova (não que eu seja velha, longe da velhice!) eu achava que tinha um dedo podre para escolher namorados.
hoje, já não penso mais isso.
hoje eu chego à conclusão de que tenho dez dedos podres, d-e-z!!! porque afinal, nunca escolhi (ou encontrei) um cara legal.
não diminuindo os namorados que tive, pois tive alguns que levo no coração até hoje.
mas sabe quando bate aquele vazio de que nenhum era o cara?
pois, até certo momento a gente culpa os outros por nosso desapontamento: o cara ciumento, o possessivo, o trabalhador demais, o trabalhador de menos, o inteligente demais, o burrinho, o desleixado, o não carinhoso, o grudento demais, o muito alto, o muito baixo, o que morava longe, o sincero demais, o mentiroso, o que bebe, o que não bebe, o que não para quieto, o parado demais, o festeiro, o caseiro, o novo, o velho... e assim por diante.
depois a gente se culpa por não dar certo: grudei demais, grudei de menos, tive ciume demais, ou de menos, sou baixa demais, ou alta, sou inteligente, sou burra, sou melosa, sou grossa, sou carente, sou chorona, sou palhaça, sou possessiva, sou incompreensiva, sou independente demais, livre demais...
hoje, meio revoltada com o mundo, tento acreditar no destino e que se não foi é porque não era pra ser. não era amor. nem melhor. (contrariando a martha medeiros).
porque hoje, ninguém me agrada. n-i-n-g-u-é-m! não com aqueles olhos de paixão, de amor.
me sinto sozinha, queria dividir minha vida com alguém igual a mim, com os mesmos sonhos e objetivos; mas e como que eu vou aguentar alguém como eu? nem eu me aguento às vezes.
os que admiro, os que são parecidos comigo vejo como amigo, não como homem, sabe?
cansei de ser sozinha na multidão... cansei de procurar. cansei.

para quem acompanha meu blog já sabe que esse nunca foi um blog de viagens, embora eu tenha criado este quando estava me preparando para vir para dublin.
mas agora acho que se faz necessário dividir com vocês algumas maravilhas que andei vendo por aqui e acolá.
e uma dessas belezas é veneza. ahhh veneza... lugar mágico, de ruelas simpáticas, água verde escura e comida boa (e uns quilinhos a mais).
o que eu li em alguns blogs sobre, é que a cidade seria pequena e que a água era fedida. lorota. em alguns pontos tem a aparência meio sujinha, mas não é fedida não. e quanto ao pequena, depende muito da imaginação e sede de descoberta de cada um.
é exatamente como imaginei, ou até mais. ruas pequeninas, com flores nas janelas e roupas estendidas no varal. é como se fosse um mundo a parte. os italianos conversando 'com as mãos' como dizemos, devido a tantos gestos.
bem, simpatia não é o forte do pessoal por lá, mas não se faz necessário falar italiano, mistura-se o básico de italiano com o portunhol e todos se entendem muito bem.
na cidade faz-se tudo a pé ou de barco, coisa que eu achei o máximo. sem correria do nosso dia-a-dia.
as ruas são muito parecidas, mas na verdade são completamente diferentes aos olhos de um apaixonado pelo novo. bom sair caminhando meio sem rumo e tentar fazer parte daquele momento e não apenas vê-lo.
além de toda arquitetura, romantismo, massas, pizzas, sorvetes e doces, uma coisa que me chamou muito a atenção foi ter escutado diversas vezes música da maria gadú na rádio. sim, gadú na rádio italiana cantando shimbalaiê desenfreadamente. além dela, também ouvimos
vanessa da mata, mas aí é mero detalhe.
e o passeio de gôndola, acho que isso dispensa qualquer descrição, afinal, ninguém conseguirá sentir o que eu senti.
então a dica é: vá a veneza.

19 de ago. de 2011

pessoas que viajam são diferentes.
e quando digo diferentes, é diferentes mesmo; cada um de um jeito, com um porquê, sentimento e visão.
diferente pra bom, diferente pra ruim. tudo depende do porquê você viaja.
pra mim viajar é uma junção de tudo com muita coisa, uma troca em apresentações. o lugar me apresenta maravilhas, e eu apresento reações e sentimentos.
é uma troca de cultura, eu aprendo e mostro que sempre tenho mais a aprender.
me deslumbro em silêncio contemplando maravilhas que nunca pensei ver, ou contemplando maravilhas vistas apenas por mim.
quem viaja vê tudo diferente, analisa, pensa, respeita, olha, respira, pára... e faz tudo isso no seu próprio espaço.
passa a ver sua 'casa' de maneira diferente. dá ênfase no que é bom, no que é belo...
quem viaja ama e ama simplesmente por ver as coisas de outra maneira.
eu amo, eu viajo, eu amo viajar!

6 de ago. de 2011




entre comer, rezar e amar
estou na fase do comer
sei que não deveria
e que reclamarei todos os dias
os pneuzinhos adquiridos
desisti da dieta!
tchau, nos vemos na itália




Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...





vontade de pintar tudo de branco
e começar a colorir dublin
em dias cinza como hoje.



2 de ago. de 2011




eu em férias
mamãe em dublin 
e 25 incríveis dias de unha pintada


tem melhor?


colo, comidinha e viagem, tudo junto!



1 de ago. de 2011

numa dessas noites de insônia achei um artigo na internet que falava sobre "transformar as sensações em palavras".
e aí eu pergunto caro amigo, como?
para mim é muito difícil transformar as sensações em palavras, tanto que nunca sei explicar o que estou sentindo. as coisas que vem de dentro, vem e lá ficam, um desafio colocar para fora. tanto que muito do que eu escrevo aqui ninguém (ou poucos) entendem.
hoje eu acordei assim, meio triste.
sem motivo?
talvez, mas como explicar o que se passa na cabeça de alguém?
acordei e a primeira pessoa que eu falei foi um alguém muito especial que estava indo embora.
a pensar que já vi muitas pessoas virem e irem, todos os meses, por exatos 1 ano e 10 meses... não sei explicar o sentimento de "o que estou fazendo?"
e de todos que vi ir embora, esse é um dos que eu não queria que fosse. por mais que nossa comunicação fosse baseada em celular, mensagens e umas duas visitas em 6 meses, é uma pessoa que sabia que podia contar sempre e que só nos víamos pouco por incompatibilidade de horários.
tudo é um grande momento que se faz (des)necessário para o crescimento e sobrevivência nessa selva de verde concreto que chamamos dublin.
tudo muda em questão de segundos e o que nesse momento era ruim já passou, pois assim como um foi, outro vem. e que quando eu for, tenho um excelente amigo em caxias.
e nesse momento, quem vem é minha mãe.
um dia a mais, e contando...

31 de jul. de 2011

esse final de semana, voltando para casa após uma noite meio falhada fraca, decidi que iria fazer o bem sem ver a quem. e você já deve saber que as piores idéias são sempre minhas, né?
pois eis que o felizardo de tanta bondade foi um bêbado.
o coitado não sabia nem quem ele era, de tão bêbado que estava.
estava caminhando em zig-zag no meio  da rua li-te-ral-men-te.
ai pensei cá com meus botões "esse cidadão vai ser atropelado".
atravessei a rua meio que empurrando ele para a calçada. não sei nem como ele conseguia caminhar, porque, assim... falar ele mal conseguia.
ai o nosso papo:

- tu mora onde?
- nesse prédio aqui
(e pense que o prédio tem umas 10 portas)
- qual o número?
- é nesse prédio.
- sim, já entendi, mas preciso que tu me diga qual o número.
- é a porta vermelha
(ah sim, no prédio tem 3 portas vermelhas)
achando a bendita da porta, larguei ele la na frente meio que se balançando (ou dançando).

- você tem a chave?
- é na porta vermelha.

ai, nesse momento me perguntei "por que resolvi ajudar mesmo?"
graças ao bom senhor uma moradora do prédio estava chegando em casa (sóbria) e carregou o jovem.
já fiz a boa ação do ano né?
agora jovens, bebam menos.

30 de jul. de 2011



eu queria poder com palavras descrever o que sentia 
ao dirigir à noite em porto alegre, 
voltando para casa pós alguma coisa com amigos.

senti isso aqui, voltando sozinha e a pé;
era calor, sem vento e a água estava parada.

na boa, tanto faz explicar,
me basta fechar os olhos e sentir.

28 de jul. de 2011

sábado passado decidi mais uma vez entrar em uma reeducação alimentar (não gosto do peso da palavra dieta) e decidi também fazer exercícios...
bem, sábado e domingo trabalhei e comi no kfc - final de semana fail;
segunda decidi correr de manhã, mas acordei as 4 da tarde;
terça resolvi ir para a cozinha;
quarta até que me comportei direitinho;
mas aí veio a quinta e a cerveja;
e a sexta-feira off.
o resultado é que já é final de semana de novo e eu deixei a dieta de lado.
as férias batem na minha porta segunda-feira e eu como fico?

gorda.



por quê?
por quê?
por que eu gosto tanto de quinta-feira?

não sei, mas é tão bom...



26 de jul. de 2011

algumas pessoas tem uma visão errada do que é minha vida em dublin.
ela lhe parece perfeita porque tiro fotinhos bacanas em festas cheia de gente diferente (pra não dizer estranha)?
lhe parece perfeita porque é 'europa'?
lhe parece perfeita porque aparentemente faço o que bem entendo da vida?
pois se você pensa que isso aqui é férias, bem... lamento desconstruir sua visão mas isso aqui não é férias, mas é quase paraíso, se não fosse algumas falhas.
é bom? para mim é maravilhoso, pois vivo uma coisa que sonhei por anos e anos.
mas esse sonho, apesar de maravilhoso, não é 100% alegria.
eu tenho um subemprego, correria, trabalho braçal, aguento indiano gritando no meu ouvido o tempo todo, gente mal educada e fedida (e quando falo em fedido, pode colocar aí todas as nacionalidades), porque o que não falta no meu dia-a-dia é cliente que 'esqueceu' do banho... a semana inteira.
aqui eu não tenho carro, ando a pé, ou de ônibus ou gasto boa parte do meu salário suadíssimo em táxi. tudo bem que o táxi aqui é bem mais barato que no brasil, mas mesmo assim. embora viva na europa, estou longe de ser rica.
conheço muita gente aqui, mas muita gente mesmo, de tudo que é canto do mundo. mas amigos de verdade... bem, esses estão lá no brasil. tenho uns 2 ou 3 amigos aqui, que sei que me ouvem quando eu preciso... mas sabe quando você recebe um abraço e/ou um carinho sem precisar? simplesmente porque a pessoa te ama? pois bem, esse abraço e/ou carinho só tenho no brasil.
aqui não tenho comidinha de mamãe, nem mu-mu, nem pastel gostoso, nem quindim, nem canudinho nem mais uma lista gigante de comidas gostosas, que se eu for escrever tudo aqui meus leitores, das duas uma: ou vocês ficam com fome, ou param de 'me' ler.
sabe o domingo de sol na redenção? eu não tenho aqui, até porque, sol não tem todos os dias e domingo pra mim é como segunda, dia de trabalho.
aquela coisa de "passa o café que to chegando aí" não tem aqui, pois todo mundo tem um horário louco e dificilmente o meu horário casa com o de alguém. salvo raras exceções que não trabalham e tem todo o tempo do mundo para passar café pra mim.
sabe aquela coisa de sentar num bar, cerveja gelada e ouvir aquela música mpb só com voz  e violão? aqui não tem isso e eu sinto uma saudade absurda! é uma das coisas que eu mais gosto nesse mundo.
sabe aquele lugar para dançar um samba-rock? não tem!
aquela festa anos 80 forte? não tem (claro, encontrei lugares bem bacanas, mas nada igual).
dose dupla? nem pensar.
festa que acaba de manhã? hahaha piada né!

aí você me pergunta o porque eu continuo aqui, certo?
porque eu estou descobrindo um mundo novo que eu não tinha e nem terei lá...
e esse mundo é tudo o que eu expresso de bom aqui no blog... o mundo onde aprendo coisas novas todos os dias e o mundo onde me sinto viva.


saudades... saudades... sempre terei saudades e boas lembranças de casa.
sabe aqueles dias que você não quer sair da cama por nada nesse mundo? que não importa quão lindo o dia está, você implora a são pedro por chuva, para não ficar com peso na consciência de não fazer nada o dia todo?
pois bem, eu tenho muito desses dias e a última invenção que tive para afastar esse desânimo todo foi cozinhar. é meu amigo, cada um brinca como pode.
então... eu adoro comer, mas cozinhar (como já devo ter falado antes) nunca foi meu forte.
agora que eu preciso cozinhar - ou então vivo de pizza,-  decidi fazer umas coisinhas diferentes e a bola da vez foi cupcakes.
eu não sabia por que os cupcakes fazem tanto sucesso por aqui, está super na 'moda' essa onda de bolinhos.
foi que resolvi por a mão na massa e fazer os meus próprios cupcakes HA!. e devo informar os famintos de plantão que ficaram muito bons (ou o pessoal aqui de casa estava com muita fome).
peguei uma receita qualquer na internet e fui à luta.
é rápido, fácil, barato e não requer nenhuma habilidade, é pura tapeação.


23 de jul. de 2011

e sobre o post anterior... esquecer quem se ama.
não esqueço quem eu amo, nem os que amei. não esqueço porque não quero, porque acho que não devo.
se o amor foi por muito... pouco... tanto faz o tempo, existiu porque teve algo de bom.
se não durou foi porque não era para ser assim, e confesso sentir saudade de todos os meus ex amores; em um momento ou outro nos remetemos à lembranças saudáveis.

nunca desalojei nenhum do meu coração.

eu já não sou mais deles e eles a mim não pertencem, o amor não acabou, só mudou de homem/mulher para amizade. as boas recordações serão eternas.

22 de jul. de 2011

Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. 
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. 
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'.




às vezes sinto algo que não sei nem se é bom, nem se é ruim. 
aí fico assim, que nem uma idiota tentando me entender.




20 de jul. de 2011

eu sou a favor do metrossexualismo.
sim, e esse assunto tem rendido boas críticas cada vez que falo isso.
o homem, na minha opinião, tem que ser vaidoso sim. tem que se arrumar, se cuidar, fazer a barda, usar roupas limpas, unhas cortadas, etc etc.
aí você vem me dizer que isso tudo é 'normal' e comum. desculpem-me mas o que tenho visto nos lados de cá é bem diferente.
super comum é ver um cara de tênis branco (ou que há 5 anos era branco) e dizer "esse é meu tênis novo".
ou aquelas calças longas arrastando no chão e varrendo as ruas. homens sem banho, suados, cabeludos, barbudos, no que antes chamávamos de 'estilo sujinho', alternativo e tal agora é nojento... eca!
quer usar barba por estilo? ótimo, é bem bonito para alguns, mas por favor, não basta só deixar a barba crescer como no tempo das cavernas. usa o barbeador/gilete/cera ou qualquer produto de sua preferência e apare as laterais e a parte de baixo quase pescoço.
sou a favor da depilação masculina! mulher tem que tirar todos os pelos por questões de higiene, certo? então homens, sejam higiênicos também, ora bolas. desconheço mulheres que gostem daqueles pelos se enrolando no dedos quando fazem um carinho nas costas do amado. no peito se for pouco até rola, mas p-o-u-c-o! axila pode depilar sim, sua menos, cheira menos e não mata ninguém. cabelo, acho que nem preciso falar né, cortado e limpo. pode ser o estilo bagunçado, alinhado, lambido... mas limpo!
aquela roupa de 10 anos atrás já não é mais moda nem compatível com a sua idade (sim, o tempo passa e rápido) vá as compras! acessórios como relógios, bonés, chapéus, lenços, anéis, piercings e tal são bem vindos, desde que combine com o estilo de cada um. não inventa em usar um moleton com calça social que isso me mata (ou no mínimo causa pesadelo).
conheço meninos que usam corretivo para tapar as olheiras e confesso adorar, funciona e se usar a cor certa fica super discreto e natural. afinal, a gente nunca quer parecer cansada, nem ver gente cansada na volta, né?
use perfume e desodorante sem cheiro, ou que seja pelo menos compatível com o perfume. sem essa de usar ou um ou outro, ou aquele 'azavon' que a vizinha te forçou a comprar dizendo que era super bom.

então meninos, cuidem-se! vocês não vão ficar menos homem por isso, mas sim mais bonitos.

19 de jul. de 2011

18 de jul. de 2011

gosto de ler, fato. mas nem sei onde fica a biblioteca.
gosto de ler, um pouco. compro livros, porém leio os emprestados.
não que eu leia artigos intelectuais e nem sei se tem alguma coisa a ver com isso tudo, mas sou uma mulher prática e, salvo raras exceções, dispenso o que seja demasiado sem sentido para mim. isto tudo, porque lembrei-me no outro dia como os pequenos pormenores fazem a diferença e que parei de ler uma história mamão com açúcar há algumas muitas semanas.

você nunca soube ler. ou nunca soube entender o que lia. também nunca se interessou nem por um, nem por outro. bons eram os tempos em que liamos (ou fingíamos) juntos; livros enormes, infinitos... para jamais sair um do lado do outro ou debaixo daquela árvore. naquele momento ninguém falava, ninguém ria, ninguém se movia. um breve suspiro em conjunto. 


só agora que encontrei teus resquícios, teu livros, teus rabiscos e tuas cartas de amor escritas à mão. cheiro de nostalgia no ar. lembro-me de quando pedias à tua irmã para escrever já que tua caligrafia era ilegível. tu lias e eu ouvia-te com atenção. de início parecia nem saberes ler, criava tudo ao momento da fala olhando para um pedaço de papel em branco.
e sabes quando percebi? quando tu falavas e olhavas em meus olhos.


não lembro de muita coisa, mas fiquei com essas memórias de pequena, em que o cheiro dos livros velhos me deixava encantada.

queria apenas sorrir para ti, com um olhar tímido e bochechas rosadas, a enrolar o cabelo, para que logo me dissesse "larga o cabelo, que estás a enrolar a vida". e se naquele tempo soubesse o que sei hoje, bem que teria te  dado ouvidos. e que possas tu sorrir para mim (algum dia), agora que leio todos os dias e que te posso escrever.

um dia volto àquela árvore...

17 de jul. de 2011

.
.
.

"Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. 
E para se chegar, onde quer que seja, 
aprendi que não é preciso dominar a força, 
mas a razão. 
É preciso, antes de mais nada, querer."
Amyr Klink.

.
.
.

14 de jul. de 2011

ou fui eu, ou as coisas mudaram... para melhor.

o emprego de merda já não parece tão ruim. a correria do dia-a-dia, o gerente maluco, os colegas mau-cheirosos e o fato de ter que limpar tudo no final já não é mais tão sofrido.
e aquela raiva de ficar onde não se quer já não é tão forte e o sorriso agora até sai espontaneamente.

a suavidade no tom de voz brotou sem explicação e um quê de serenidade exala no ar, contagia à todos e faz com que olhos antes não analisados sejam agora  descobertos.

o trem não é lotado, e já não chove mais; as frutas têm sabor e o dinheiro nunca acaba; o cansaço não é o principal comentário do dia; o energético não é a principal bebida do dia; a cerveja não é a principal bebida da festa; a chapinha já não é a melhor amiga e a desorganização teve quase um fim.

saudade? imensa sempre! mas é como se a conexão fosse muito maior agora com quem de fato é importante.
vontade de ir, vontade de ficar...

amor? só os platônicos, e esses são bem bons assim.

vamos combinar que não existe nada mais desanimador do que homem que não sabe dançar.
e aqui em dublin é muito comum ver homens que não sabem nem se balançar!
o que eles sabem fazer é segurar copos de cerveja e ficar caindo por cima de meninas bonitas.
aí pensa no meu tédio sair com alguém assim, eu louca para me sacudir toda e o cara ali, que nem uma taquara parada,
t-r-i-s-t-e demais!
foi então que decidi sair em lugares alternativos aqui, onde tem gente que vai só para dançar e nada mais.
lugares onde nem o barman fica parado e cá entre nós, isso da uma super mega animada no ambiente.
e vou te contar que, além de me apaixonar fácil, me apaixono super fácil por um belo dançarino e que dançar não faz do homem menos homem, mas sim torna-o muito mais interessante. (no meu ponto de vista).
e fica a dica "dance bem, dance mal, dance sem parar, dance até sem saber dançar"