26 de abr. de 2011

.
.
.

e entre a razão e a emoção
o arriscar fazer um bolo
ou ver a chuva cair
me perco diante da dúvida
entre flutuar ou voar

.
.
.

25 de abr. de 2011



Quem diz que amor é troca não ajuíza muito bem. Ora “amor é troca”. Trocar a gente troca presentes no amigo secreto da empresa, troca figurinha da copa, troca mensagem com as amigas, troca um “tudo bem?” com o vizinho, troca uma ajuda com o irmão. Ninguém troca amor porque não existe escambo, seria muito injusto. Se assim fosse, homens como Saramago, Chico e Vinícius nunca encontrariam mulheres para amar. “Então, se eu te fizer uma música, tu vens com uma sobremesa a altura, combinado?”. Amor foi feito para ser do outro, nunca nosso, se fosse nosso era auto-estima. Amor foi feito para ir embora, nas cartas, nos carinhos, nos beijinhos, nos bilhetinhos. O amor que fica é triste, amargurado, só. Quem diz que amor é troca me parece muito egoísta. Quem diz que amor é troca não conheceu o bom do amor, não acordou antes, não comprou presentes fora da data marcada. Quem diz que amor é troca nunca se deu conta de que quem ama de verdade só se importa com o amar, e que todo o resto que vier é lucro, nunca troco.




24 de abr. de 2011

23 de abr. de 2011

todo mundo acha que europa é top de linha, 
primeiro mundo e bla bla bla
e sabe o que eu vejo o tempo todo em dublin? lixo!
sim, lixo pelas ruas, nos ônibus, no trem, nas calçadas, 
em frente às lixeiras...


não que seja o tempo todo, não! mas no fim do dia acho meio caos essa questão.
não sei como as pessoas conseguem sujar tanto, uma vez que temos zilhões de lixeiras espalhadas por todos os cantos, há poucos passos de distância entre uma e outra!
custa segurar o saco de salgadinho e a latinha de refrigerante até descer do ônibus?
custa levantar e tirar sua bandeja da mesa ao invés de ficarem empilhando bandeja sobre bandeja?
custa jogar o toco de cigarro no lugar certo ao invés de jogar no chão?

aí sempre tem aquele que diz "ah, mas se não tiver lixo, lixeiro não tem emprego"
pelo amor de deus! aqui temos lixeiros trocando os sacos de lixo constantemente, temos aqueles carrinhos varrendo as ruas várias vezes ao dia, varrendo o lixo e tudo o que estiver pela frente; temos os varredores que varrem os cantinhos para que o carrinho possa aspirar tudo no meio... e mesmo com tudo isso, eles não dão conta de limpar toda a cidade, porque é muita gente jogando muito lixo por aí.

e sabe o que me irrita mais? ver brasileiro fazendo isso... sinal de que, se faz aqui, fazia no brasil e provavelmente continuará fazendo quando voltar, afinal, esses coitados estão longe das boas maneiras e/ou educação. e assim vamos do luxo ao lixo, em qualquer canto do mundo.

mas uma coisa boa que pode ser vista nos ônibus hoje é um cartaz advertindo que se você deixar seu lixo por lá, pode pagar uma multa. não sei se isso vai ser seguido rigorosamente, mas pelo menos entendo que eu não sou a única a me revoltar com esse povo porco.

18 de abr. de 2011

há uns dois meses mais ou menos eu liguei para minha mãe lá no brasil e pedi que me mandasse algum bikini, afinal o verão estava quase começando  e eu pretendia ir à praia. (não na irlanda, obviamente).
o tempo passou, a fonte secou, fiquei sem dinheiro e pensei "nem manda, afinal, praia em alta temporada é cara e já gastei todo o dinheiro mesmo".
bendito pensamento!
mal sabia eu que a ryanair seria super bacana comigo fazendo uma promoçãozinha bem boa de dublin direto para o paraíso com sol e mar.
desespero à parte, comecei a procurar bikinis brasileiros em alguns sites... todos muito lindos, como sempre, mas pela bagatela de 40 euros cada!
eu que não sou rica nem nada fiquei quebrando a cabeça pensando o que fazer, afinal, mulher vaidosa que sou não poderia passar 4 dias na praia com apenas um bikini.
essa semana estava passeando no shopping e comprei dois bikinis bem bonitos, no estilo europeu mesmo (e porque não se adaptar a mais uma coisa né?).
cheguei em casa toda feliz contando que tinha comprado do dito cujo.
na esperança de um apoio moral mostrei ao meu amigo:

- que bonito!
- qual dos dois?
- acho que você vai ficar mais bonita com o amarelo, mas o azul é mais bonito.
- agora olha a parte de baixo...
- puta que pariu hahahahaha

conclusão: nem sempre a sinceridade é uma coisa boa...


e as piadinhas infâmes após a foto:

- ave maria!
- a primeira foto ficou melhor, mostra melhor o tamanho...
- tu comprou que tamanho, gg?

14 de abr. de 2011

desde que comecei a dieta eu já comi:


pizza
mc donald's
mousse
torta de sorvete
batata frita
chocolate




dieta? para que?
tão bom ficar empanturrada alimentada de besteirinhas

11 de abr. de 2011

algumas pessoas (para não dizer a maioria) conseguem descrever o sentimento de paixão como uma alegria incondicional; dizem que possuem borboletas no estômago, que conseguem ver tudo em registros cinematográficos na mais pequena banalidade dos seus atos. 
dizem ser uma ardência na alma fazendo com que todos os pêlos se arrepiem com apenas um olhar e que as palavras se fazem desnecessárias por conseguirem ouvir o pensamento um do outro.
e dizem mais, dizem ser uma forte vontade de estar junto, de suar junto e dormir cansados.
a maioria dessas pessoas apaixonadas veem, sentem, ouvem tudo em cores reluzentes.





para mim é um estado de transição. é como andar de roda gigante, com altos e baixos onde ora tocamos as estrelas ora tocamos o chão. e muitas vezes o tocar o chão é um momento bem mais prolongado do que se consegue imaginar.
é uma eterna luta - pois achamos que isso nunca vai acabar - tentando se desvincular dessa coisa devastadora que invade nosso corpo e mente, e o pouco tempo que sobra fingimos que nada está acontecendo (embora o colorido tenha se apagado em bege).
apaixonar-se é chorar até cair no sono e deixar a alma esvaziar; "é em alguns momentos planear o futuro e noutros ver que não há futuro nenhum; é estarmos tão certos do que é e logo a seguir tudo desvanecer em cinza. é fingir que é o mais perfeito que nos pode acontecer, quando na realidade não existe rigorosamente nada mais imperfeito."

e é nesse momento que deixamos de estar apaixonados para começar tudo de novo, em outro dia, com outra pessoa e com novas cores.

não é?

9 de abr. de 2011

chegou de mansinho

invadiu minha vida

tomou conta de mim

e nunca mais foi embora



mania de sentir
teu cheiro.

6 de abr. de 2011

sabe aqueles dias que os nervos estão a flor da pele? que tudo e qualquer coisinha insignificante te irrita e te faz chorar?
pois bem, esse dia foi hoje...
estava tão sentimental que me indignei com o colega que se recusou a pegar o pedido de uma pessoa suja, fedida, velha e vesga. vem cá, quem o colega pensa que é, rei da cocada preta? nem ele toma banho!
estava tão sentimental que mandei algumas pessoas tomarem naquele lugar, mesmo que em pensamento. (e tenho que confessar que me senti bem mais leve).
tão sentimental que chorei como criança, mas que pela primeira vez em um ano e meio, tive um colo verdadeiro para isso;
tão sentimental que fiquei feliz ao sentar no cordão da calçada e esperar o ônibus curtindo um sol às 19h30 da tarde... ou noite;
tão sentimental que não me importei em comer demais... nem em beber demais;
tão sentimental que expus minha vida aos amigos sem medo de pré-julgamentos;
tão sentimental que pensei nos momentos de fraqueza e comparei com os momentos de força;
tão sentimental que venho a escrever, que já estou melhor e que, embora o dia não tenha sido dos melhores, a noite foi sensacional.
tão sentimental que lembrei que meu lado sentimental é melhor quando racional, e que voltei a pensar mais e sentir menos, bem o contrário do que o app do facebook me disse para fazer hoje.
e que, mesmo meu melhor amigo dizendo que me admira pela força de tentar (mesmo sabendo que vou quebrar a cara), sei que esse é um defeito, mas é um defeito que levarei eternamente comigo.
vamos tentar mais uma vez! sem medo de tentar ser feliz...
sem essa de não tentar por medo de sofrer, por medo de errar, por medo de falhar.
como diz ele, o pior sofrimento é o da dúvida, a dúvida do 'e se eu tivesse feito'...

4 de abr. de 2011

eu sempre gostei de sentar no chão, especialmente em escadas ou cordões de calçadas.
é bom, faz sentir normal, comum, simples...
e isso é uma das coisas que eu sempre faço por aqui, sento nas escadas em frente ao meu flat. e sempre que chove, em especial, eu gosto de ficar por lá, lembrando da minha infância e do tempo em que não existia preocupações além da dúvida cruel de ver a chuva cair comendo pepinos em conserva ou morangos com açúcar; na escada da casa da minha madrinha, na porta dos fundos, de frente para um enorme jardim...
o tempo passa, a gente cresce e as coisas mudam, mas nunca a essência.
o que mudou de lá para cá foi o conteúdo. hoje em dia sento nas escadas com uma xícara de chá ou uma taça de vinho e vejo a chuva cair suavemente sobre as pessoas apressadas que passam diante de meus olhos.
apressados e/ou fugindo da chuva... mas sempre encontro um cidadão que está passeando e curtindo cada pingo de chuva daquele comento, assim como eu...

3 de abr. de 2011

incrível como pequenos detalhes podem nos encantar em segundos
saindo da monotonia para a alegria
passando pela zona de pensamento e confusão sentimental
e aquela coisa de "ah, isso é só um detalhe"... não!
se tem detalhes é porque é importante
ninguém cuida dos detalhes a troco de nada
ninguém pensa nos detalhes porque não tem nada melhor a fazer e sim porque gosta
gosta de mim, de você ou da alegria espalhada por esses pequenos gestos, 
e que pra mim são mais que grandiosos
um recado, uma surpresa, um abraço, o cheiro no ar
a primavera, o sol, a chuva, o vento... nada é por acaso
e por um 'mero' detalhe, percebi tudo isso.

1 de abr. de 2011

lá em bruxelas/bélgica eu visitei o átomo.
ai você me pergunta que p*** é essa...
bem, esse átomo é um monumento que foi criado para a 'expo 58', uma feira mundial de bruxelas em 1958. ele tem nove esferas de aço ligados como uma célula ampliada 165 bilhões de vezes.
esse monumento ficaria exposto por apenas seis meses, mas o sucesso foi tão grande que acabou virando um símbolo de bruxelas.
cultura a parte, dentro dessas esferas tem algumas exposições falando sobre o universo e tal e tinha a seguinte frase no chão:
"quanto mais a gente descobre, mais temos a descobrir"
e foi o que me levou a lembrar o que um amigo sempre me dizia, que conforme eu fosse conhecendo o mundo eu iria me libertando mais e tendo mais cede de descoberta. fato!
o mundo é tão grande que nos faz parecer ridículos quando temos a pretensão de abraça-lo. que ingenuidade (para não dizer idiotice) a nossa de achar que somos grandes, superiores e inabaláveis.
somos frágeis e minúsculos comparado com a imensidão das coisas, até mesmo daquelas coisas que não conseguimos ver.
e as coisas que nos parecem pequenas e insignificantes podem tornar-se maiores que o esperado a cada segundo vivido.