27 de dez. de 2012

no dia chuvoso ao som de Fun... 
http://www.youtube.com/watch?v=Sv6dMFF_yts

das recordações:

hoje acordei em dublin. 
a chuva silenciosa que caía do lado de fora da janela me fez viajar muitos mil quilômetros. me fez aterrissar de volta à um lugar mágico onde fui feliz por muito tempo. o vento forte me fez lembrar de como aproveitei muitos dos meus dias chuvosos e ventosos em casa, de pijama o dia inteiro, apenas curtindo meu travesseiro, minhas almofadas peludas, meus seriados preferidos, meu celular no silencioso e um improvisado pão de queijo com aquele cafezinho preto no final da tarde.
a temperatura amena me proporcionou usar o edredom sem precisar ligar o ar-condicionado. a sensação de um friozinho a minha espera lá fora me encheu de vontade de não sair... compromissos cancelados, felicidade garantida.


das mudanças:

o que é bom a gente nunca muda. 

13 de dez. de 2012

eu, uma mulher completamente apaixonada por cabelos compridos, devo confessar que durante muitos anos eu tive aquele "complexo do cabelo feio".

sim, meu cabelo já foi extremamente feio, mais feio do que a imaginação humana consegue imaginar.
era uma mistura de cabelo crespo + liso + ondulado + ruim + seco = desespero total.

na época, além de ter um cabelo feio, não tinha bom senso em arrumar ele e muito menos os produtos necessários para tratá-lo.

como se não bastasse isso, eu ainda tinha pânico da minha testa enorme; e quando digo enorme, leia e-nor-me-mes-mo!!!!

acontece que, mesmo os anos passando, o cabelo alisando naturalmente (sei que niguém acredita, mas eu não tenho progressiva, nem relaxamento, nem macumba no cabelo, ele alisou por vontade própria) eu jamais prendia ele. eu de cabelo amarrado era tão feia quanto de cabelo solto. e aí aquele cabelo ia grudando no pescoço, nas costas, ia enrolando no braço... caos total!

até que eu aprendi que cabelo amarrado é vida nesse calor insuportável aqui de porto alegre e que a satisfação diária é comprar presilhas de cabelo bem diferentes e me sentir livre de cabelo indesejado grudando ...

a testa? é óbvio que diminuiu... ou você acha que eu não enxergo direito??
eu sou quase a mesma, mas meus cabelos... quanta diferença!


5 de dez. de 2012

e aí que eu passei três anos pensando em quem aqui estava, em quem eu havia deixado para trás sem mais nem menos. pensava no que estavam fazendo, onde estavam indo, com quem estavam se relacionando/namorando/casando...

todos os anos eu mandava cartões de natal, ligava, mandava mensagem, conversava no facebook, raras vezes no skype... aí me modernizei com o whats app e o viber. a comunicação aparentemente se tornava mais fácil. eu, aparentemente, estava conectada com aqueles amigos de anos e imaginava que nada mudaria, independentemente de quanto tempo eu passasse fora.

pois bem, me enganei.

não que esses amigos de anos não sejam mais meus amigos, são sim! mas eu acho que caímos na rotina da comunicação semanal/mensal e de não nos vermos nunca. mal vejo meus amigos hoje. eles sabem que estou aqui, eu sei que eles estão ali e fica por isso mesmo, um contrato de péssimo senso de cada um seguir sua vida como estava seguindo até agora.

o problema é que minha vida hoje não é mesma que tinha mês passado e os outros... bem, os outros... eles seguem vivendo. trabalhando, cuidando de casa, de marido/esposa e similares, de filho, carro, faculdade. cada qual no seu quadrado.

e eu sigo no meu redondo achando que o mundo dá voltas e que a gente passará pelas mesmas pessoas novamente. agora pensando nos amigos que deixei para trás, sem mais nem menos, de novo...


26 de nov. de 2012



e um dia você acorda e não está chovendo.
os passarinhos estão cantando e o sol forte brilhando na janela.
a cama é grande e confortável, e o café está passado na cozinha.

com a xícara grande que nem lembrava mais que existia caminho pelos cômodos da casa tentando entender o que está acontecendo...
tudo está diferente, mas é ao mesmo tempo muito familiar.
procuro alguma música que se encaixe com esse momento, mas não há músicas.
todas as existentes remetem à uma coisa que já não tenho mais.

e esse é o novo momento. em casa...



22 de nov. de 2012

venho por meio deste lhes confessar em palavras o que o sorriso já vem revelando há alguns dias... eu estava com muita saudade dessa liberdade brasileira. 

essa coisa de poder fazer o que a gente quer sem medo de ser livre. sentar no chão sem gelar a bunda, assistir a um show de rua, um malabarismo, ou qualquer dessas inúmeras artes que vemos pelas ruas. 

o povo vendendo "ceva bem gelada" e "água mineral" em qualquer canto da cidade. um churros aqui e acolá. suco natural em todos os bares/lancherias/bancas... sempre geladinho me esperando.

tomar uma cerveja no parque com amigos de longa data que falam "bah", "tri" e por aí a fora. e melhor do que ouvir, é falar e ser entendida por todos. saudade desse sotaque gostoso que só nós temos.

após sair da redenção, gasômetro ou qualquer outro parque sempre acabar na lima e silva para comer o nosso e só nosso enorme xis.


saudade dessa mania que gaúcho tem de reduzir as frases... coisa que não ouvia há três anos!! "oi, e aí tudo?", "tudo e tu?"


saudade que eu tinha de um samba de roda, um barzinho com música ao vivo, só voz e violão... aquele mpb gostoso de final de tarde. fazer um happy hour com as amigas, fofoquinhas e petiscos deliciosos.

saudade de sair com meus amigos e conversarmos como se a última vez em que nos tivesse sido ontem e não três anos atrás.

aquela coisa de chegar em casa correndo para tomar um chimarrão assistindo a novela, mesmo que a novela seja ruim, mesmo que ninguém realmente preste atenção.

saudade da felicidade em pequenas coisas que tanto me fizeram falta...

15 de nov. de 2012

então... três anos se passaram.
escrevi e parei e escrevi e parei de escrever nesse meio tempo. e acredito que só uma pessoa que me conhece muito e que tem uma sensibilidade enorme de entender o que me faz bem ou não poderia me pedir, delicadamente, que retomasse as rédias do blog abandonado.
era meu antepenúltimo dia em dublin. uma amiga vem com aquela sacolinha tímida e me diz ser presente de outra amiga, que já tinha ido embora, sem me dar tchau.
mal abri a sacolinha e já vieram as lágrimas. manteiga derretida que sou não pago imposto para chorar. muitas coisinhas lá estavam, mas uma delas era um caderno. e ela disse que esse caderno era para eu voltar a escrever. e assim, o faço nesse momento.

três anos se passaram...
parece que foi ontem que cheguei em dublin com pouco dinheiro no bolso e muita disposição na mala. pronta para enfrentar qualquer coisa que viesse pela frente. e de fato enfrentei.
muitas pessoas ruins, chefes mau-humorados, amigos falsos e perrengues que davam vontade de abandonar tudo e voltar correndo para casa.
por teimosia, nunca voltei. e em alguns momentos achei que nunca mais voltaria.
foram muitas viagens, muitos amigos verdadeiros, algumas casas onde morei, alguns empregos, muitas jantas, almoços e cafés da manhã inesquecíveis. foram infinitos cafés, aventuras culinárias, compras e tardes maravilhosas com as amigas.
alguns amores, outros desamores... tantas recordações que quase não cabem na memória.
muitos dias cinzas, frios, embaixo do edredon sem querer fazer absolutamente nada.
foram tantas festas, tantos drinks, tantas ressacas... gostava tanto de um pub que fui trabalhar em um. e aí decidi que não gostava mais.
neve, frio, vento, arco-íris, raios de sol (tímidos) e um verão gostoso e rápido como nunca tinha visto.

voltei. nem sei ao certo porque. nem sei ao certo se queria voltar.
deixei amigos, companheiros, confidentes. infinitas lágrimas.
a festa de despedida mais parecia um velório. lágrimas vinham a todo momento e as pessoas dos pubs ficavam olhando para esses doidos que somos e se perguntavam o que estava acontecendo.
agora tenho que aprender a andar na rua, olhar para o lado certo, aprender o nome das ruas, onde curtir uma festa, um barzinho, os preços de cada coisa, que ônibus pegar...

é a vida. uma coisa termina e outra começa, o tempo todo.

22 de ago. de 2012

e eis que o dia tão sonhado chega o final. faz-se desse momento uma mistura de alegrias e tristezas infinitas.

embora tenha passado cinco meses reclamando do ambiente de trabalho, hoje chegou a hora da verdade. caiu a ficha de que não vou mais ter as conversas intermináveis com pessoas legais que frequentavam o pub. nem terei a companhia diária de amigos que fiz por lá; nem a musiquinha gostosa que impreguinava a mente e não parava de tocar nunca mais. nem terei a grana que recebia, nem comerei as coisas gostosas que lá 'roubava', nem darei risada das coisas bizarras que via a todo minuto.

não terei o carinho dos seguranças que sempre foram muito preocupados com o meu bem estar; nem os cuidados do rapaz dos primeiros socorros, nem a ajuda de quem catava copo sem necessidade, nem os presentinhos que ganhava. foram tantos... bolinhos, biscoitos, sucos, sanduiches, chocolates e mais chocolates de todos os países.

também não terei mais nenhum bêbado fazendo bagunça, nem quebrando copos, nem virando bebida, nem caindo por cima de mim, nem gente grossa, nem gente caloteira, nem o mau humor dos gerentes, nem a prepotência de staff que se acha dono, nem os gordos que não sabem o espaço que ocupam, nem as bêbadas que querem armar confusão, nem os músicos abusados que se acham astros.

não terei mais essa rotina desenfreada de novidades e surpresas. 
não terei mais as conversas de balção com o pessoal do bar, nem as implicâncias com o chefe do carvery, nem as fofoquinhas de bastidores. não teremos mais as bebidinhas pós trabalho, um happy hour de madrugada.

mas foram tantas cosias boas, tantas lembranças, pessoas, aprendizados, que com certeza lembrarei do Oliver St Jhon Gogarty muito mais pelas alegrias do que pelas tristezas.

29 de jul. de 2012


para ler ao som de: http://www.youtube.com/watch?v=1pSyYhRYeIM

acredito que as pessoas solteiras no geral tem a mania inconsciente de analisar pessoas do sexo oposto. Flor pelo menos fazia isso constantemente. quase que diariamente, sempre à procura do seu par ideal.

ela analisava tudo nas pessoas, dos pés à cabeça... os cabelos, os olhos, a boca, o sorriso, as mãos, a altura, as atitudes, a conversa, a voz, a alegria, o brilho no olhar, a educação, enfim... analisava o máximo que pudesse.
mas para analisar da maneira que gostava, precisava de tempo... dias, semanas ou até meses.
muitas vezes percebia em 5 minutos que a pessoa não lhe interessaria, mas analisava mesmo assim. manias! quem sabe alguém não a ganharia em um mísero detalhe.

foi quando Flor viu 'ele' entrando pela porta. uma pessoa aparentemente sem graça, meio moleque, estatura mediana, lábios grossos, da cor do mais puro pecado brasileiro.
Flor esqueceu de pensar, de respirar, esqueceu de esconder que estava analisando-o.
as mãos dele pareciam tão macias, bonitas, inquietas, se mexiam o tempo todo. Flor não conseguiu parar de olhar.

os olhos eram redondos, grandes e pretos; brilhavam muito cada vez que falava sobre algo do seu agrado. a voz mansa colocava muita paz e sentimento às palavras e expressava todos os seus sonhos com histórias já vividas e um ideal de vida admirável.
seu cabelo, nem curto nem comprido, bagunçado e cheiroso dava um toque especial àquela cara amassada de sono. ela tinha certeza que ele tinha acordado há pelo menos 20 minutos atrás.
tinha uma mochila surrada, roupas pretas e uma bicicleta.
embora tivesse visto tudo isso, Flor não teve coragem de falar com ele. por timidez, por ser muito fechada ou por falta de oportunidade mesmo.
talvez ela não tenha sido analisada com a mesma intensidade e riqueza de detalhes; talvez Flor não fizesse o tipo dele, ou não fosse interessante o suficiente. talvez estavam ali para outra coisa que não fosse se conhecer propriamente.

com o passar das semanas Flor foi analisando as palavras dele, as visualizações de mundo que eram muito parecidas com as dela. um sonhador, um batalhador, um admirador, um amor... um amor de pessoa.
e por que não conversar com esse ser tão rico de características únicas reveladas a cada momento?

conversaram.

e de novo, e de novo. e foram tomar uma cerveja. uma coisa despretensiosa de segundas intenções. mas o vestido de bolinha fez sucesso e teve um beijo longo e doce. foi o beijo mais demorado, sincero e espontâneo que Flor já teve. daquele momento em diante sabia que o que ela queria era estar com ele. dormir e acordar junto todos os dias. não que isso tivesse que ser para sempre, mas queria muito que isso acontecesse naquela momento.

seu nome? não sabemos, mas ela o chamava silenciosamente de Mô.
e Mô a fez muito feliz. Mô cozinhou várias e várias vezes, e a esperou após o trabalho de madrugada, e levou café da manhã na cama, e tomaram sol  juntos comendo bolo de cenoura... ele era carinhoso, amoroso, quente, inteligente, simpático, atencioso. ele a ajudou em muitos momentos dificeis. a ajudou nas decisões mais importantes, e deu coragem a ela para seguir adiante com os planos, e deu apoio para dizer "chega" às coisas que estavam erradas.

Flor ficou quatro dias sem trabalhar. disse que estava doente, só para passar mais tempo com Mô... E foi a melhor coisa que ela fez na vida.
Mô tinha tinha um cheiro de bebê, uma pele suave, um abraço forte e um peito lisinho que encaixava perfeitamente na cabeça dela. ela ficava horas deitada ali, no melhor travesseiro do mundo. ficavam olhando o mapa mundi todas as manhãs, ouvindo o barulho da chuva que mô colocava no computador para Flor pensar que não precisava sair dali, estava chovendo lá fora.... mesmo não estando. o sol brilhava era ali dentro. observavam os quatro cantos do mundo fazendo planos de onde ir, de onde não ir e trocando histórias de lugares já desbravados.

e não existia ciúme, não existia cobrança, nem brigas, nem discussões, nem discórdias. existia cumplicidade, amizade, carinho, honestidade e uma enorme vontade de gritar para todo mundo ouvir que entre eles existia muito mais do que isso. existia sentimento.
mas nunca ninguém gritou...

eles eram mais que amigos... os pêlos arrepiavam, era um tremor no corpo à cada surpresa que Mô fazia. era brilho no olhar a cada passo de mãos dadas. era sol em dia de chuva, sorriso em meio de lágrimas, era força, desejo, saudade.

e eles beberam juntos, riram juntos, cozinharam, passearam, assistiram filmes, seriados... fizeram muito em pouco tempo.
mas Flor sempre acreditou no momento único e eterno. e nunca imaginava conseguir tudo isso quando o viu entrando por aquela porta.

mas como nem tudo são flores, Mô foi embora. foi para uma cidade perto, mas Flor já não o tinha mais todos os dias e dizer tchau foi mais doloroso que qualquer coisa que já tinha passado.
até que ela não aguentou mais a dor da saudade, saiu correndo, entrou no primeiro ônibus e se jogou nos braços de Mô pela segunda vez. ela não aguentava mais os dias cinzas, nem o frio, nem a chuva. precisava muito daquele abraço para aconchegar.

e aquele dia fez sol, fez sol como há muito não fazia. e estava calor, mas tão calor que Flor ficou descalça, caminhou na grama, sentiu a energia de quem está vivo.
e dar tchau pela segunda vez foi pior que a primeira e ela decidiu que nunca mais daria tchau.
mas como tem coisas que não podemos controlar, Mô decidiu ir morar mais longe ainda e tiveram que dar tchau pela terceira vez.

faz tempo que isso se sucedeu, mas Flor ainda lembra como se fosse hoje aquele moleque entrando pela porta, de cabelo bagunçado e cara de sono, lábios grossos e da pele com a cor do mais inocente pecado... 

27 de jul. de 2012




...foi uma péssima ideia começar a mexer no que estava mofado naquela tarde de sol.
para que fechar mala tanto tempo antes do necessário? só para ter um fantasma no meio do caminho avisando todos os dias que a partida se aproxima...



26 de jul. de 2012

eu queria escrever uma coisa bonita. queria escrever sobre o que eu sinto aqui dentro. 
mas e como explicar a mistura de sentimentos que mudam e saltam pela boca a cada 30 minutos?

queria escrever sobre as crianças que correm nos parques, 
ou sobre os pássaros que cantarolam de manhã.

poderia ser também sobre o sol que brilha às vezes, 
do sorriso gostoso que algumas pessoas me roubam, dos pés para cima em dia de chuva.

queria expressar a vontade de sair correndo às vezes e nunca mais voltar. 
ou da vontade de ficar parada sem se mover.

falar sobre o universo, sobre um abraço bem forte, um beijo que faz tremer, 
o amor dos inocentes.

mas como eu não sei falar sobre nada disso, 
fico aqui quietinha...


 só observando.

15 de jul. de 2012


acredito que todo mundo tenha seu lado materialista. seja por qual tipo de matéria. eu por sinal, tenho vários lados assim. consumista por natureza, qualquer coisa... compro e compro muito. e ganho muito também, e pouco sei me desfazer daas coisas.
não adianta eu me iludir achando que um dia serei minimalista, pois se isso acontecer, será por milagre divino.
embora eu doe bastante coisa (roupas geralmente) sou apegada às coisas que não fazem muito sentido.
livros que li e não gostei. que estão lá juntando pó, todos empilhados sem um lugar especial. ou livros que nunca li e que sei que nunca lerei. poderia dar par alguém que gosta desse tipo x de leitura, ou para uma casa de caridade, para uma escola, sei lá. não consigo. tenho um apego desnecessário e inexplicável.
tenho cartas, cartões de natal, de aniversário, de dia do amigo, de dia da árvore, dia do índio. coisas de gente que já nem falo mais. que já nem tenho notícias. mas que estão lá, guardadinhos na caixa de relíquias.
meu bichos de pelúcia, que nem condizem mais com minha idade, mas que tanto os amo e que não vivo sem. que 'emprestei' muitos deles aos meus amigos antes de vir embora, porque sabia que seriam bem cuidados, e que gostaria muito de pegar todos de volta. mesmo sabedo que não tenho mais espaço para colocar os antigos com os novos.
bobagens! coisas que a gente se apega sem necessidade explícita , mas que por trás de tudo tem uma história.
os móveis, as roupas, os porta-retratos, os enfeites e a decoração da casa eu desapeguei. pedi à minha mãe que doasse tudo, que vendesse, que pegasse para ela ou que fizesse o que achasse conveniente.
mas tem coisas que não tem como se desfazer, e é nesse momento que entro no impasse de como levar três anos de história em algumas pequenas malas.

muitos materiais, memórias infinitas.

10 de jul. de 2012

lembro como se fosse hoje a primeira vez que dei tchau nessa ilha molhada. ainda sinto aquela dor horrível de ver alguém partindo, me deixando ali sozinha e desamparada, jogada como um sapato velho sem utilidade. não que a pessoa seja culpada, afinal somos livres para ir e vir. mais vir do que ir na minha opinião, mas não posso amarrar ninguém ao pé da mesa, infelizmente.

hoje entendo perfeitamente a reclamação dos meus amigos que no brasil ficaram.
dizer tchau é uma merda.

e não adianta se iludir com um "até logo" ou com o "a gente vai se ver um dia". a gente sabe que as vidas tomam rumos diferentes e que esse "um dia" pode nunca vir a acontecer. ou se acontecer, demorar tanto que não será mais a mesma coisa. pois, por maior que seja nosso sentimento, as coisas sempre se encaminham para rumos diferentes, com pessoas diferentes e o que restam, por mais doces que sejam, são apenas lembranças.

lembro que chorei, e chorei profundamente por dias e mais dias. parecia que as lágrimas não iam acabar nunca. acabaram, mas logo depois outra pessoa foi embora, eu tive que dizer tchau novamente e tudo aconteceu como da primeira vez. e de novo, e de novo... e depois de tantas vezes, hoje de novo.

quantos tchaus eu já dei? não tenho nem idéia... mas sei de cor e salteado aqueles que chorei. os amigos especiais que de alguma maneira fizeram parte dos melhores momentos que tive por aqui.
amigos, até logo. e que a gente se veja... em breve.

4 de jul. de 2012

o ser humano, na minha idéia, era uma coisa muito complicada até uns tempos atrás. de repente por eu ser uma humana jovem, com idéias desencontradas e meio perdida no mundo.

hoje, continuo perdida, com aquele sentimento de 'o que eu estou fazendo'. às vezes me pego pensando no que eu quero da vida. nunca consegui encontrar a resposta, mas eu sei exatamente o que eu não quero, e isso me deixa tão leve, de saber que tracei pelo menos meio rumo do meu caminho, para seja lá onde eu estiver indo.

eu aprendi que o sol é importante. que a gente passa a semana toda para ver ele, mas quando ele aparece eu decido ficar em casa, na minha cama. deixo ele entrar timidamente pela janela e aproveito meus momentos sóbrios comigo mesma. e eu vivia reclamando que não tinha folga, que perdi todas as programações bacanas com meus amigos. mas agora que eu tenho muito tempo livre, quero curtir a mim mesma, minha cama, meu quarto, minha casa. assim, bem egoistinha.

e que a futilidade alheia me incomoda e muito. que a balada da modinha não me agrada em nada e que quem está com esse pique todo me cansa só em pensar. que meus programas favoritos no momento são curtir uma tarde gostosa com as amigas, tomando um café e comendo algo bem doce e calórico, uma taça de vinho, a programação de uma viagem, comer bem... e muito, diga-se de passagem.

me faz muito feliz encontrar as amigas para bater papo, delirar sobre a vida, dar risada das nossas inseguranças e tomar uma boa guinness. ver que estamos juntas conforme o destino nos colocou uma perante as outras é muito bom e que não precisa muito mais do que isso para nos satisfazer. e que ver um filme sábado a noite é muito mais útil que qualquer encontro furado com um qualquer.

e por aqui tantas pessoas passaram, tantas vieram e muitas outras foram que já nem sei mais quantas. e que de todas essas, duas ou três mantem contato. e que de todos, muito não mudaram, muitos não amadureceram, muitos regrediram...

e eu fico aqui, sem saber se essa calmaria que se apossa de mim é natual. e até quando essa minha agitação pelo novo será criticado. e você encontrar alguém que me compreenda 100%, segura, prende, não deixa fugir... guarda para mim.


19 de jun. de 2012

diálogos memoráveis (3): ambiente de trabalho

- qual a diferença entre 'large saussages' e 'saussages and chips' se os dois vem com batata e salada?
- o primeiro é maior que o segundo.
- e o que você prefere, salcicha grande ou salcicha pequena?
- sou vegetariana.

e os bastidores rindo até hoje...

17 de jun. de 2012

tem coisas que a gente não faria no brasil nunca, nem na maior das loucuras.
pois bem, hoje eu fiz uma.

saí do pub as 4 da manhã, cansada, estressada e sem a grana para o taxi. pensei "me ferrei, terei de voltar a pé para casa". levando em conta que estava amanhecendo, não seria de todo ruim. sábado, amanhecendo e todas as pessoas na rua saindo das baladas... ok.
acontece que alguém me chamou, falando português e eu atravessei a rua. estava sem óculos, não vi quem era, mas imaginei ser algum conhecido.

não era.

era um brasileiro qualquer, como muitos que encontramos pelo caminho, sentado num banco com um irlandês, batendo um papo furado, fumando o último cigarro da noite.
um irlandês um tanto fora do convencional, de calça militar, cabelo spike e jaqueta de couro.

sentei.

ficamos trocando uma idéia quando a menina que fica tocando na rua, na frente do pub chegou. o tal irlandês disse que a levaria em casa e que já voltava para concluir o assunto.

esperamos.

por que? excelente pergunta... a resposta eu não sei.
ele voltou depois de uns 10 minutos e sentou novamente. ficou ali contando as histórias malucas sobre sua volta ao mundo. 
minutos depois chega outro irlandês, bonito, bem vestido e faz uma piada de muito mal gosto e preconceituosa, se referindo ao estilo diferente do menino.
o brasileiro foi embora, mancando coitado. estava de muletas.
e eu e o irlandês ficamos ali, sentados.
tivemos uma conversa tão bonita, tão sincera e intensa que nem vi o tempo passar. 

já era dia.

ninguém mais na rua. achei melhor ir embora. e ele mais do que simpático perguntou se poderia me acompanhar, pois seria perigoso. estando com ele ninguém chegaria perto, afinal as pessoas tem mais medo dele do que ele dos outros.

viemos. 

me acompanhou até a porta de casa. no caminho achou 5 euros no chão. me deu um abraço, me disse que ficou impressionado com minha simpatia e falta de preconceito, pois em nenhum momento me mostrei distante com relação ao que ele falava.
perguntou se eu era solteira e a resposta (in)felizmente foi um 'sim'. ele disse que achava isso normal, afinal, onde eu encontraria alguém que me tratasse bem, que me desse valor e atenção e que eu me sentisse livre para ser quem eu quiser, sem pré-julgamentos.

foi-se.

foi embora me desejando um bom domingo e que se fosse pra ser, nos esbarraríamos por aí, em algum canto de dublin, antes que ele fosse embora para outro país maluco tentar ser livre no mês que vem.
ele não estava bêbado, não estava drogado. só queria atenção de alguém que não o tratasse como aberração.

nomes? não sabemos um o do outro.
ah, e o irlandês arrumadinho foi preso três quadras à frente.

16 de jun. de 2012

dia amanhecendo, dois anos e oito meses já se passaram e eu me pego sentada no terraço pensando em todos que por aqui passaram.
foram alguns apartamentos já, muitos flatmates e algum amigos eternos.
de todos os lares que tive, sempre consegui amigos incríveis, experiências únicas e aprendizados para a vida toda. 
rolaram algumas brigas e desentendimentos? lógico, humanos não são perfeitos e conviver em grupo é um desafio enorme (para mim pelo menos era).
hoje eu moro com mais seis pessoas. seis homens para ser mais específica. 
aí você me pergunta como eu aguento... pois é meu amigo, a gente aprende a ser mais organizada, menos neurótica e vive numa luta eterna para controlar os hormônios e a tpm, afinal homem não entende muito bem a explosão que temos por um mísero prato na pia, ou por pêlos no banheiro, ou pelo barulho quando voltam da balada.
desses seis, cinco são brasileiros e um é coreano. e o que menos incomoda é o coreano, vejam só.
um deles é meu anjo protetor, que me afasta de todo mal, que me ouve, aconselha, faz o café matinal, uma jantinha quando estou cansada.
a casa tem um clima gostoso de férias, uma convivência harmônica e divertida.
mesmo aqui sendo muito bom, sempre bate uma saudadezinha do flat 9 que deixou tantas histórias. amigas que já voltaram para o brasil, amigas que já não mantem comunicação, amigas que tinham uma casa de boneca e um carinho de mãe. 
o top floor que deixa saudades também. jantas e mais jantas juntos, um clima gostoso e amigável onde embora a sala fosse enorme, a gente estava sempre na cozinha, que era minúscula.

enfim, tantas coisas boas que deixei para tráz, e agora prestes a abandonar mais um e voltar para o velho e bom lar de sempre, brasil.
fica aqui, minha saudade.










11 de jun. de 2012

o pub onde trabalho é basicamente um pub turístico, com aquela mescla de clientes durante o dia todo: jovens, jovens senhores, velhos, homens, mulheres, gente daqui e de acolá. 
embora seja turístico, tem muitos irlandeses que frequentam o pub, mesmo ele sendo um pouco mais caro que os demais. e temos muitos clientes assíduos, e todos parecem muito solitários. a maioria homem.

tem um homem de 30 anos mais ou menos, sarado, loiro, olhos azuis, meio apresentável que vai lá duas vezes por semana, sempre sozinho e sempre à procura de alguma mulher. e ele sempre fica com alguém. mas até isso acontecer, ele fica lá sentado no balcão bebendo bebendo e bebendo. essa pessoa não tem amigos para beber junto? aparentemente não.

tem um tiozinho que vai todos os dias. um caco tadinho, deve ter uns 60 anos. fica lá tirando as jovens senhoras para dançar. e fica dançando e bebendo seu chardonay. e ele dançando é muito fofo diga-se de passagem. e além de ser um velhinho fofo, ele é muito educado, conversa com todos os funcionários.

tem o tiozinho que canta tudo errado. e canta alto, achando que está arrasando total. ele não fala com ninguém, mas conhece todo mundo. fica lá com sua guinness e dentes amarelos, só observando o divertimento alheio.

tem o tiozinho simpático que sempre me tira para dançar, nem que seja 30 segundinhos. não posso dizer não, ele insiste insiste e insiste até eu dizer sim. ele bebe muito, e fica muito bêbado e sempre vai embora às 11h pois ele não pode perder o último ônibus. tem um casal de filhos que esperam ele chegar em casa sempre (no mínimo para dar uma bronca).

tem um menino lindo, deve ter uns vinte e poucos anos. branquinho de olhos azuis, típico irlandês. fica lá bebendo guinness também e assistindo aos jogos na tv. sempre sozinho.

tem o velhinho que chega lá meio arrogante, não fala com ninguém, bebe até não poder mais e é o último a ir embora. literalmente enxotado pelos seguranças. e ainda sai reclamando.

e tem o amigos da estátua. mas esse caso é tão triste que merece um post só para ele.

esses são os "amigos" que me dói o coração cada vez que os vejo se acabando na bebida solitariamente, como se não lhes restassem mais nada a fazer, a não ser isso.

7 de jun. de 2012

diálogos memoráveis (2): no ambiente de trabalho

- quanto custa o copo?
- o copo não está à venda senhor.
- e se eu te der 5 euros?
- infelizmente eu não posso vender o copo, mas ele pode cair acidentalmente na sua bolsa.
- ah, muito obrigado.

uma hora depois...

- o senhor já "comprou" o que queria?
- sim, dois deles.
- ah, que legal. agora vou lhe dar uma dica. o pub aqui do lado tem um modelo diferente, muito mais bonito.
- sério? vou dar uma passadinha la AGORA! e aqui, 5 euros pra você, pela bom trabalho executado.

e assim, mais um cliente satisfeito.

30 de mai. de 2012

sabe quando a gente mora no brasil e fica imaginando como seria o verão na europa? imagina como seriam os parques, as pessoas, o solzinho brilhando e tudo mais. um frappuccino bem geladinho...
pois bem, pela primeira vez posso dizer vivi o verão de perto.
nunca consegui imaginar que eu morando na irlanda, que tem a fama (verdadeiríssima) de ser um país frio e chuvoso durante quase o ano todo, que iria tomar banho de sol. pois agora, "sofremos" com o calor de 21 graus.
aí você pensa que 21 graus é nada. sim, é nada em nível de brasil, mas muito para nós aqui. dá para suar, andar de roupas curtas, havainnas e ir para a praia. 
sim, temos praias aqui, com água geladíssima, mas muito simpáticas. e os banhos de sol no parque podem ser de bikini, ou de sutiã mesmo, porque afinal, aqui quase tudo pode.
pena que o verão veio e já foi.
dias cinzas, vocês não são bem-vindos.

29 de mai. de 2012

diálogos memoráveis (1): no ambiente de trabalho


- onde estão meus sapatos?
- não sei, onde você os deixou?
- não lembro... procura pra mim.
- não posso, estou ocupada.
- eu te faço responsável por achar meus sapatos!
- e eu te faço responsável por manter seus sapatos nos pés.


é cada um que aparece...

24 de mai. de 2012

para ler ao som de never let me go: http://migre.me/9d4W6


relutei por muito tempo, escondi de todos e tentei esconder de mim mesma. aquele amor guardado por tantos anos hoje resolveu vazar por meus poros sem controle algum. não consegui mais suportar sua falta. essa ausência e silêncio me consumiam dia após dia. que dor! mas não consegui barrar tamanha felicidade. dei um grito sublime e deixei-me apaixonar. foi impossível ignorar tamanho arrepio ao vê-lo pela manhã. minhas pernas tremiam. minhas mãos suavam. ele, quando me olhou, iluminou todo meu rosto, colocando vida em minha face cansada. pulei da cama para me jogar em seus braços com a vontade de nunca mais sair. corri para rua. pés descalços pisando na grama fresca. os pássaros cantarolavam no meu ouvido melodias de amor com um pio suave que enfraquecia a alma até mesmo dos mais brutos. fiquei ali sentada admirando seu brilho, seu calor, sua cor dourada do pecado. aquele momento era meu, só meu. e ficará para sempre na minha memória. bem vindo meu sol.

17 de mai. de 2012

tem algumas coisas que eu nunca parei para pensar. coisas do tipo, onde morar, casamento, filhos e afins. sempre vivi muito o hoje sem longos planos. o único plano que sempre fiz foi viajar, correr o mundo e tal.
mas esses ultimos dias tem sido diferentes. uma amiga em uma de suas crises existenciais, homesick e de tpm resolveu conversar com outra amiga sobre seu futuro. ela com 3 ou 4 anos a menos que eu começou a se questionar sobre se voltar a morar no brasil seria uma boa, se continuar na mesma cidade seria bom para sua profissão e se um dia ela encontraria um homem correto que a amasse, que ela amasse também e que juntos construissem uma família, incluindo filhos no plural.
odiei ela ter compartilhado essas dúvidas comigo, afinal, eu sendo mais velha deveria me preocupar com essas coisas também. mas filhos nunca fizeram parte dos meus planos.
ok, problema jogado em uma gaveta qualquer (pelo menos até chegar no brasil). decidi não pensar nisso.

mas e aí, será que levo jeito?

Cillian, bebê da Ridel :)

se sim ou se não, treino com o bebê da amiga que é tão tão tão fofo que quase trouxe para casa.

11 de mai. de 2012

a gente não deveria julgar o livro pela capa, nem pelo título. mas quem aí nunca fez pré-julgamento de nada?

estava eu trabalhando no pub quando vem um engraçadinho (bem do sem graça aliás) e me pergunta se eu sou brasileira. eu, anti-social mor fui meio grossa na resposta e saí a passo. o moço, não se sentindo satisfeito em perturbar minha tpm decidiu me seguir até o segundo andar para se fazer visível diante dos meus olhos.

ficou ali bebendo e bebendo e bebendo pra sempre. e eu fazendo de tudo para não precisar passar por ele, afinal, cristiane em dia de tpm pede para o segurança colocar para fora quem está xaropeando.

eis que meu chefe me deu um trabalho administrativo super gostoso. fiquei ali de cabeça baixa concentrada no que estava fazendo e cantarolando essas músicas irlandesas que já sei de cor e mais que salteado.

foi quando me dei conta que estavam tocando nada mais nada menos que gilberto gil - não chore mais. foi para calar minha boca. o tal brasileiro mala deu um show no vocal, foi aplaudido por todos e a noite foi encerrada assim, com um tapa na minha cara.

o mínimo que eu poderia fazer era dar os parabéns e me redimir pelo mau humor. o brasileiro estranho e bêbado foi o que salvou a noite e a mesmisse de sempre.

9 de mai. de 2012

bom senso é uma das coisas que todas as pessoas deveriam ter.

não sei como andam as coisas no brasil, mas aqui em dublin o bom senso passou longe, e muito. talvez não tenha conseguido atravessar o oceano, vai saber.

falta bom senso no gerente que protege seus preferidos descaradamente e deixa de lado os demais meros trabalhadores - vulgos otários. 

falta bom senso de quem grita por nada, de quem reclama de barriga cheia e de quem faz algo pensando em receber algo em troca.

falta bom senso das mulheres. querem ir para pubs vestidas para matar. e devem matar mesmo, as mães de desgosto. e de um desgosto profundo. meninas novas que tinham tudo para serem bonitas, vestindo saias extremamente minúsculas, saltos 20", maquiagem excessiva e que, quando bebem, nada para no corpo: roupa, saltos ou maquiagem. perder a linha dessa maneira não dá.

falta bom senso nos homens que quando bebem peidam desenfreadamente nos pubs poluindo o ar que já nem era tão puro assim (devido à falta de banho de alguns). falta também bom senso naqueles que quando bebem viram machos extremos, ou gays-amigos. é uma agarra-agarra sem tamanho, um tal de mão na bunda dos 'amigos' que nunca vi igual. até dedos em lugares inapropriados para esse blog.

falta bom senso das pessoas que reclamam da falta de ajuda dos demais, como se todo mundo tivesse a obrigação de ajudar o tempo todo, e como se esse que reclama ajudasse outras pessoas também.

falta bom senso do cidadao que joga lixo no chão, sendo que aqui tem uma lixeira em cada quadra. falta bom senso dos que deixam seu lixo em qualquer lugar: ônibus, trem, cinema, parques, etc.

falta também o bom senso das mães que largam seus carrinhos de bebês em qualquer lugar - geralmente no meio do caminho - e acham que todo mundo tem que desviar porque o espaço é delas.

mas, apesar de faltar muito bom senso em algumas pessoas, sobra bom senso em outras. como o taxista que viu uma menina bonita de salto procurando um taxi. esse como não poderia fazer a corrida por motivos inexplicados, deu uma carona à moça até o taxi mais próximo, afinal, mulher de salto e rua esburacada não combinam.

2 de mai. de 2012


ficar em emprego, sem dinheiro, sem computador, sem celular, sem familia, sem namorado... a gente ate consegue sobreviver bem. falta sempre um pedaco, mas a gente leva como da. 

nas ultimas semanas eu nao tinha cama.

parece uma coisa tao banal nao ter uma cama e dormir jogada em um canto qualquer, na cama alheia ou no sofa. mas depois que recebi minha nova cama, tive um sono mais tranquilo. agora posso dizer que estou em casa novamente. 

nada mudou... as pessoas sao as mesmas, a rotina e a mesma, mas eu tenho algo a mais. um espaco meu, onde mergulho num mundo individualista com meus pensamentos apenas.

talvez eu esteja ficando velha, ou mais exigente. ja tinha passado um mes pulando de canto em canto, mas dessa vez foi diferente. dessa vez doeu saber que estava sem rumo de certa maneira.

dormimos.

17 de abr. de 2012

e aí que um dia você acorda e se revolta com a mesmisse da vida.
decide que vai mudar tudo. tudo o que está errado, cansado, velho, parado ou em desuso. tudo aquilo que julga estar desbotado, ou rasgado, ou fora de alinhamento. decide que a opinião alhei não serve para nada e que um simples sorriso te impulsiona para o caminho do sucesso.
aí que um dia você decide mudar de namorado, de marido, de carro, de casa, de trabalho, a cor de cabelo, as rotinas alimentares e o esmalte das unhas.
decide que vai dar a cara a tapa, que vai secar as lágrimas e nunca mais deixar acontecer.
acontece que nem sempre mudancas sao boas. tambem nem sempre sao ruins, as vezes dao certo, as vezes nao.
eu mudei, e muito nesses 2 anos e meio de irlanda. mudei defeitos, mudei qualidades. mudei cabelo, maneira de vestir, visao de mundo, conceitos e de casa. quatro vezes para ser mais especifica.
e mudarei de novo e de novo ate um dia encontrar meu canto ideal, ou achar que chega de mudancas.

30 de mar. de 2012



não há ser que consiga desvendar o sentido das coisas aqui dentro de mim. impossível afirmar que 'isso é isso e aquilo é aquilo', e que será sempre assim. os sistemas são imperfeitos e não há palavras que definam o problema ou desfaçam as eternas dúvidas. e nem porque as eternas dúvidas são eternas em segundos, nem porque duram nada. nem filósofos, nem livros, nem idéias ou teorias conseguem nos dizer o que é esse nada, esse tudo, esse vazio que apodera às vezes. esse sentimento de sentir o que é nos lançado ao colo sem pestanejar, questionar ou gostar.

alguns prazeres são gratuitos... os sorrisos, o mar, o sol, as flores dos bairros, as belezas do mundo, os abraços apertados. e isso nos serve de alguma coisa se não para nos fazermos mais suaves? essas coisas não importam em absoluto, apenas aceitemos o espetáculo do movimento dos dias insanos que passam voando. paremos.

as minhas teorias tem a potência da ficcção, tudo em prol da minha necessidade de dar ordem ao mundo, fantasias de crianças e homens sérios. a realidade transborda pelas janelas e com o tempo os conceitos se revelam enganosos. sentimos. da intuição à explicação. as coisas não fazem sentido.

é trágico a loucura e o desespero que aqui residem. mas reside também a força que empurra, que faz marchar de encontro ao paraíso, que faz o sangue ferver nas veias com sede de realizações, a força que me faz gritar aos leigos palavras doces de satisfação. da força que faz levantar.

tudo se move se move se move se move e continua movendo, meio sem rumo. o que importa é o caminho de cada um, seja real ou ilusório. não podemos buscar a lucidez. "lúcido o homem não marcha".




23 de mar. de 2012




o meu maior defeito sempre foi pensar mais nos outros do que em mim. aos meus olhos isso é péssimo. aos  olhos dos beneficiados, é normal. mas tem dias que eu me revolto e resolvo fazer o que é bom para mim. só para mim e ponto final. e tenho dito. e não me questionem. é nesse momento que me transformo na bruxa da vez.






21 de mar. de 2012


há marcas que nos definem e que estão espalhadas por todas as partes. marcas amargas, cicatrizes doloridas e sofridas que nos remetem a algo ruim, ou um fardo retirado. as cicatrizes de uma infância travessa ou de uma adolescência conturbada.


as marcas de furos pelo corpo, piercings abandonados com o passar dos anos, os buracos abertos tentando fechar sem êxito. tatuagens mal desenhadas, desbotadas, com desenhos sem sentido feitas em um surto de rebeldia. desenhos que estampam partes do corpo onde queríamos ter algo diferente, ou simplesmente nada.  ou desenhos absolutamente perfeitos que mostram a coragem de ser o que é.

as marcas de biquine de quem não vive sem sol, de calor - humano ou não - aquela cor do pecado sendo realçada algumas vezes por ano, por prazer ou vaidade. aquelas marcas que nunca somem, que nunca se perdem, que nunca empalidessem ou perdem a graça. 

marcas inconscientes. de amores vividos, ressentimentos omitidos e feridas abertas a céu aberto. o vento forte que abre mais o burado descoberto, de marcas ardidas que não se quer sentir. as marcas amorosas bem aproveitadas, as músicas e cores que marcam uma época. os cortes das saias que contam um pouco do poder feminino, as marcas amarrotadas das roupas do amantes, as marcas de uma guerra de cores no branco, as marcas de caneta borrada em um diário velho abandonado e as marcas de tomate em uma parede limpa na tentativa de um jantar romântico.

as marcas de uma noite mal dormida, de uma noite não dormida ou de anos que se passaram rápido demais. as marcas da idade. as que fizeram história e as que ainda fazem. as marcas para contar.

marcas de vinho no tapete, os arranhões nas costas, nas coxas, nos braços, fazendo juz à intensidade de seja lá o que for. as marcas de uma freiada, uma direção desnorteada de um corpo, mente ou alma. 

dessas marcas que aparecem todos os dias... algumas - com sorte - nunca serão esquecidas. 
as tuas... tempo.

17 de mar. de 2012




sonhei que estava comendo um maracujá
já não lembro quando foi a última vez que comi
fiquei olhando aquelas bolinhas sem parar
e senti o sabor exatamente como era... 



14 de mar. de 2012


existem muitos anjos em minha vida. e alguns deles nem sabem que são meus protetores.
esses me dão força na hora certa, quando menos acredito que há solução. eles veem potencial onde eu já não via. pegam na minha mão sem eu pedir e sem perguntar de podem ou se devem, me empurram para os braços da vitória.
com um simples sorriso me arrancam toda tristeza e fazem aflorar aqui dentro a felicidade que estava escondida em um cantinho seco e escuro. me fazem resgatar a vontade de viver mais e melhor, e para sempre.

13 de mar. de 2012

eu não costumo muito falar sobre o meu trabalho (um fast-food de frango frito), uma vez que não gosto muito dele. mas acho que tem coisas que vale a pena  dividir, por exemplo...

tem um cliente que sempre vai lá e fala exatamente a mesma coisa:
- que sorriso bonito. de onde você é?
- brasil
- ahhhh braziiiiillllll. bom dia!
segue o baile, ele faz o pedido e no final larga o clássico 'obrigado'.
ele é muito simpático, mas será que ele não lembra que já me perguntou isso mil vezes ou ele tem um probleminha de memória? vai saber né.

tem uma senhorinha que compra sempre a mesma coisa e me pede zilhões de combinações que não existe... eu que sou bem cara de pau faço tudo o que ela me pede, e ela sempre muito sorridente, só vai no meu caixa. semana passada me deixou de presente um pacote de chocolate de páscoa. (sim, já estamos falando em páscoa há tempos aqui). achei muito fofo da parte dela.

tem também um grupinho de crianças chatas que sempre perguntam coisas absurdas do tipo, quantas calorias tem cada alimento. tipo assim, cada alimento mesmo, coisa por coisa. eu não sei nada disso né e achava um saco ficar respondendo. agora mudaram o cardápio e colocaram as calorias no menu, bem grande para todo mundo ver. pronto, as crianças nunca mais apareceram lá. para a alegria dos mortais trabalhadores.

mas isso tudo é normal demais... tem aquele doido que vai lá todo santo dia, me enche de pergunta (perguntas que ele já sabe a resposta) e não pede nada além do usual. tem o cara de pau que pergunta o preço de tudo e não leva nada; o que reclama sem parar, compra e sai reclamando mais ainda.

tem o cara que da porta já da pra sentir o fedor do perfume, sim fedor, porque ele usa demais. tem o cara do bigode rosa - eu disse r.o.s.a! o cara do celular dourado com pedrinhas rosas. (agora pense na decepção das meninas né, porque ele é lindo demais, e mais mulher do que eu). tem a mulherada que paga a conta, tem as crianças que escalam o balcão, tem os abusadinhos que dão uma cantadinha sem graça para ver se conseguem algo de graça e tem os legais, que ficam horas batendo papo e a fila crescendo atrás deles.

e eu acho que a coisa mais bizarra que já vi por lá (tá, talvez menos bizarra que o cara do bigode rosa) foi uma menina de metro e meio, de uns 100kg, moletom laranja, algumas unhas postiças azuis, outras unhas roídas, cabelo escabelado, extremamente maquiada, de cílios postiços (dos mais bregas com pedrinhas) e pior do que ser brega, era mal colocado. um batom rosa choquíssimo e... e... e?? com um crachá enorme dizendo "fulana de tal, demonstradora" em uma feira de beleza.

com isso, calo-me.

8 de mar. de 2012

sexo frágil é coisa do passado!

tem que ser muito forte para trabalhar, ter filhos, cuidar da casa, da saúde, do corpo, da mente, do namorado/marido, família, faculdade, das unhas, fazer o mercado da semana, cozinhar...
conseguir sorrir mesmo estando de tpm, dar bom dia ao invés de um "vai a m***", aguentar as cantadinhas sem graça, as piadinhas machistas, os bêbados nas festas, a celulite que nunca nos abandona, a gordurinha que aparece sempre  no verão e a resistir a uma boa fatia de bolo de chocolate.


para nós mulheres, um parabéns gigante
pela evolução, reconhecimento e conquista de espaço.
porque ser Mulher com M maiúsculo não é para qualquer um.




6 de mar. de 2012

da coragem:
o desejo de sair de casa, viajar, desvendar o mundo - não sei porque - é uma coisa que sempre esteve grudada em mim e essa vontade concretiza-se com a vinda para a irlanda.
ter coragem de sair de casa é fácil.
cair no mundo louco que temos é fácil.
a imaginação vai sempre além da realidade, enxergando pessoas maravilhosas, céu azul, muito dinheiro e pouco trabalho, passeios e sonhos vividos de olhos abertos.
a teoria é linda e muitas dessas coisas acontecem de fato. pessoas maravilhosas que cruzam nosso caminho por um dia e permanecem na memória para sempre; amigos na alegria e na tristeza,viagens melhores do que o imaginado e um mundo de novidades que nem nos melhores sonhos poderíamos crer.

da força:
força, do popular 'paciência' e sangue de barata.
e quem nunca precisou de força para correr da frente do gerente antes de mandar ele para aquele lugar nem um pouco santo? força para aguentar a chuva e o minuano de cada dia, os mau educados, recalcados, folgados e desaforados...
força para não chorar, para não gritar, fugir.
fugir de si mesmo às vezes.
porque aos poucos a beleza da europa de desconstrói em nacionalidades, centavos de euro e solidão.

do maracujá:
é... só com muito suco de maracujá para aguentar.

3 de mar. de 2012

- eu não tinha percebido que eu gostava tanto de pipoca...
- eu tinha percebido
- o que?
- que tu gosta muito de pipoca.




e eu nem fazia ideia mesmo.
só notei isso quando vi que um pacote para dividir não é suficiente;
e que um dos primeiros itens da lista do mercado é ela,
e que chimarrão vem acompanhado, dela.
e que mesmo estando satisfeito de comida, bem alimentado... ela é que nem sobremesa, sempre sobre um espacinho.



3 de fev. de 2012




quem achar minha paciência por aí, favor devolver.
não é possível que ela tenha se perdido assim, tão fácil...



30 de jan. de 2012

já ouvi muitas críticas porque sou filha única, dizem que sou mimada.
bem, sou mimada sim. minha mãe nunca me deixou faltar nada graças à deus. sempre me deu muito amor, carinho e instrução. sempre me mostrou o que era certo e o que era errado. me ajudou a diferenciar as pessoas boas das ruins.

quando eu ouço essas críticas de que uma pessoa ser mimada é um defeito crucificador, tenho vontade de falar tantas verdades que me ferve o sangue; mas como sou educada, acabo ficando quieta para não me estressar mais.

pois bem. sou uma filha única e mimada que nunca teve nada de mão beijada. sempre trabalhei, sempre lutei para alcançar meus objetivos. nunca esbanjei dinheiro ou ostentei uma vida de aparência. abri mão de muitas coisas para poder vir para a irlanda. 
aqui eu ando a pé, pago aluguel, faço as compras no mercado com mochila e caminho umas boas quadras cheia de sacolas pesadas so-zi-nha. limpo minha casa, lavo minha roupa, cozinho minha comida. divido casa, pior, divido quarto! e ainda estamos vivos, e somos amigos.

sei dividir, sei ajudar. trabalho em um lugar com pessoas de difícil convivência. atendo gente chata, gente realmente mimada que tem o rei na barriga. limpei banheiros sujos inúmeras vezes, aguento gritos sem motivo, injustiças, preconceito.

pago minhas contas. nunca peço dinheiro para ninguém. procuro incomodar minha mãe o mínimo possível. pago festas, viagens, roupas, sapatos, almoços e jantares. e pago tudo com muito sorriso no rosto pois é tudo fruto do meu trabalho, do meu esforço.

tenho manias chatas? é óbvio que tenho, sou humana e gosto das coisas do meu jeito. mas e quem não gosta? quem abre mão do seu jeito para fazer do jeito do outro? me apresente esse ser divino por favor, pois não conheço.

se me pedem ajuda, faço o impossível. se me pedem dinheiro, faço as contas. se estão com frio, dou meu casaco. se estão com fome, divido meu lanche. se estão triste, dou meu ombro.

o problema é que além de ser independente, deixo claro que gostaria que as pessoas fizessem por mim a mesma coisa que faço por elas. mas como sou filha única, acabo me tornando uma pessoa reclamona, chata e mimada aos olhos de alguns idiotas, antes de me conhecerem realmente.

29 de jan. de 2012

e tem aqueles dias cinzas e chuvosos intermináveis na minha amada ou nem tanto irlanda. dias que não parecem dias, mas sim noites eternas e molhadas. acordei e estava escuro. barulho de chuva em uma sacada que não é minha. sentada na sala, tomando um chimarrão, consegui ver porto alegre em seus dias tristes... domingos depressivos que parecem estar ali apenas para atordoar as almas perdidas que vagam sem rumo na ilha verde. e o rumo de hoje, foi o de casa.


28 de jan. de 2012




não adianta explicar o que se passa aqui dentro
quando o problema na realidade está do lado de fora

20 de jan. de 2012

todo início de ano fazemos aquelas promessas à nós mesmos de coisa que devemos fazer, concluir, aprimorar na nossa vida. na maioria das vezes, coisas que prometemos no ano anterior e não fizemos, seja por preguiça, falta de tempo, coragem, grana, esquecimento ou por motivo nenhum mesmo, e que sempre arrumamos alguma desculpa esfarrapada para justificarmos nossas 'falhas' pessoais, afinal, essas promessas não são para ninguém além do nosso ego.

enfim... uma das minhas inúmeras promessas para 2012 seria cozinhar mais, isso mesmo, cozinhar; já que em 2011 trabalhei demais e deixei as panelas de lado, trocando o forno pelos fast-foods gordos e deliciosos de dublin.
prometi uma vida mais saudável, acordar cedo, dieta balanceada e comida caseira, feita por mim (ha ha).
acreditem ou não, já estamos no dia 20 e eu ainda estou trabalhando para cumprir as promessas e por algum motivo bobo (cof cof) as pessoas não acreditam quando eu digo que acordei as 8 da manhã em um dia que eu trabalho as 5 da tarde.

bem, acreditando ou não, estou tentando.
mas como nem só de coisas saudáveis vive o ser humano, meu jantar foi sopa e de sobremesa, cupcakes.


5 de jan. de 2012



um amigo diz que eu tenho dedo nervoso
que tiro muitas fotos
e é pecado
querer registrar as belezas do mundo?
viajar é bom, mas fazer a mala é um tormento. pelo menos para mim.
quando eu encontrar a fada madrinha vou pedir uma mala mágica. uma bem bonita, vermelha, tamanho médio e super leve. e que cada vez que eu a abra, eu tire de dentro exatamente o que eu quero vestir, sem estar amassado. com os acessórios combinando, o sapato de salto (mas que dê a sensação de estar usando havaianas) e toda a parafernália que mulher usa geralmente... maquiagem, secador de cabelo e tal.
porque, vamos combinar... fazer mala é muito difícil.
quanto mais longa a viagem então, maior a complicação do 'o que levar'. se for frio, complicou duas vezes. roupa de inverno faz muito volume. se calor, complicado também, roupa de verão é leve, não ocupa muito espeço e temos a errada ideia de que podemos levar mais coisas. e se a viagem for aqui pela europa, de ryanair, ha! esquece tudo.

a cada férias que passa eu melhoro um pouco, carrego menos coisas e basicamente uso 98% do que carrego. mas confesso ser muito difícil programar modelitos. a temperatura muda, eu não tenho noção de calor, frio ou muito frio. sempre esqueço algo essencial. sempre! mas e quem nunca esqueceu nada, né?

mas pior que esquecer na ida, é esquecer na volta. as últimas viagens me deram um prejuízo considerável: celular, óculos de grau... mas é a vida.
viajar é bom, então mãos à obra que a mala (vazia) me espera para ser estufada.

4 de jan. de 2012


a gente cansa de dizer que se expressar em inglês não é a mesma coisa. não nos fazemos entendidos, por maior que sejam os esforços. a começar pela saudade. sem explicação do que é saudade, de como dói e em que momento sentimos. e embora o objetivo seja sempre aperfeiçoar o inglês, a saudade de uma boa leitura em português faz falta. e as encomendas do país já tropical foram feitas.

quem tiver uma boa dica, mande-a. com marcador de páginas também, ok?

1 de jan. de 2012

no ano passado eu mudei de casa. visitei 6 países. fiz muita, muita, muita festa. bebi. entrei na academia. adotei uma alimentação saudável. revi amigos queridos. dei tchau a amigos queridos. chorei de saudade. chorei de felicidade. esqueci um amor. reapaixonei. atingi objetivos. trabalhei muito. comi muito. cozinhei pouco. dormi pouco. deixei o cabelo crescer. pintei o cabelo. fui a um casamento. vi barrigas crescerem. vi crianças nascerem. fiz amizades virtuais. experimentei coisas diferentes. briguei pouco. consolei muitos. ri exageradamente. respirei fundo e contei até 10 com menor frequência. tomei banho de chuva. vi e brinquei na neve. tomei chimarrão com mais frequência. tomei vinho nas escadas. vi minha mãe. vi máscaras caírem. vi anjos se revelarem. abracei infinitas vezes. perdoei. cantarolei pelas ruas. fui chamada de louca pelos normais.

e sobretudo, fui tão tão tão feliz... acabei atropelada pelo tempo e não consegui fazer mais coisas, mas já me sinto vitoriosa de ter finalizado mais um ano por aqui.

feliz 2012.