12 de jan. de 2011

chovia. sempre chove, quase todos os dias. mesmo não sendo agosto, mesmo não sendo outono. vi o sol tentando escapar por uma fresta de nuvem. sempre há uma fuga pelas frestas. por elas a gente foge, foge de casa, foge do trabalho, foge da angústia, foge da dor. pelas frestas dos olhos entra aquilo que se vê, e para aquilo que não se quer ver, fecham-se as frestas. abrem-se as frestas. escapa um cheiro doce, um cheiro apaixonado. e foi por essa fresta que escapou uma língua, que encontrou outra língua, naquele dia que chovia muito.

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