"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando." (Clarice Lispector)
12 de jan. de 2011
chovia. sempre chove, quase todos os dias. mesmo não sendo agosto, mesmo não sendo outono. vi o sol tentando escapar por uma fresta de nuvem. sempre há uma fuga pelas frestas. por elas a gente foge, foge de casa, foge do trabalho, foge da angústia, foge da dor. pelas frestas dos olhos entra aquilo que se vê, e para aquilo que não se quer ver, fecham-se as frestas. abrem-se as frestas. escapa um cheiro doce, um cheiro apaixonado. e foi por essa fresta que escapou uma língua, que encontrou outra língua, naquele dia que chovia muito.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário