31 de out. de 2011

cá estou eu, sentada em um lugar inusitado degustando um café forte e quente, olhando a chuva e as pessoas que vão, vem, vão e vem o tempo todo.
essas pessoas andam livremente na chuva como se a água não molhasse. o mundo não para.

é perceptivo as pernas grossas de fora e os braços fortes modelados em uma blusa fina.
as crianças correm achando tudo isso divertido e não vejo nenhuma mãe histérica na volta pensando em gripe.
as grávidas alisam suas barrigas enormes e comem o que sentem vontade, até mesmo o sorvete, que derrete mais rápido por causa da chuva.

o guarda-chuva é mero detalhe, só para dizer que não estão de mãos abanando.
poucos carros, muitos pedestres. o sinal já ficou verde e vermelho umas cem vezes e eu continuo aqui sentada, querendo que esse café nunca termine.

as pessoas que estavam sentadas à minha volta já se foram, e eu continuo aqui a contar os pingos d'água.
parece 6 da noite e são apenas 3 da tarde. esse é o nosso outono, molhado.

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