30 de mar. de 2012



não há ser que consiga desvendar o sentido das coisas aqui dentro de mim. impossível afirmar que 'isso é isso e aquilo é aquilo', e que será sempre assim. os sistemas são imperfeitos e não há palavras que definam o problema ou desfaçam as eternas dúvidas. e nem porque as eternas dúvidas são eternas em segundos, nem porque duram nada. nem filósofos, nem livros, nem idéias ou teorias conseguem nos dizer o que é esse nada, esse tudo, esse vazio que apodera às vezes. esse sentimento de sentir o que é nos lançado ao colo sem pestanejar, questionar ou gostar.

alguns prazeres são gratuitos... os sorrisos, o mar, o sol, as flores dos bairros, as belezas do mundo, os abraços apertados. e isso nos serve de alguma coisa se não para nos fazermos mais suaves? essas coisas não importam em absoluto, apenas aceitemos o espetáculo do movimento dos dias insanos que passam voando. paremos.

as minhas teorias tem a potência da ficcção, tudo em prol da minha necessidade de dar ordem ao mundo, fantasias de crianças e homens sérios. a realidade transborda pelas janelas e com o tempo os conceitos se revelam enganosos. sentimos. da intuição à explicação. as coisas não fazem sentido.

é trágico a loucura e o desespero que aqui residem. mas reside também a força que empurra, que faz marchar de encontro ao paraíso, que faz o sangue ferver nas veias com sede de realizações, a força que me faz gritar aos leigos palavras doces de satisfação. da força que faz levantar.

tudo se move se move se move se move e continua movendo, meio sem rumo. o que importa é o caminho de cada um, seja real ou ilusório. não podemos buscar a lucidez. "lúcido o homem não marcha".




Um comentário:

Mr. Lemos disse...

Boa, Cris!!! Às vezes nada é capaz de explicar. Ainda bem que a força mora perto da loucura. Muito bom mesmo!
Bjos